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Por Este Rio Acima

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Por Este Rio Acima é o nome escolhido por Henrique Saraiva, para a viagem que ligará Lisboa a Cedillo, Espanha, sempre junto ao Rio Tejo, ao longo de 400 km

O próximo desafio que Henrique Saraiva, autor de Viagens ao Virar da Esquina, se propõe concretizar é a subida do Rio Tejo. Como é seu estilo, esta viagem tem a duração de apenas um dia.

Desde a barra em Oeiras até Cedillo perto de Nisa, local onde o percurso do rio passa a ser exclusivamente português, num trajeto com cerca de 400 km, serão percorridas as 15 travessias que sucessivamente permitem saltar de uma margem para a outra: 13 pontes e 2 barragens.

A partida está agendada já para a próxima sexta-feira, dia 17 de julho e a moto eleita para este desafio será a Suzuki Katana, cedida pela MOTEO SA, o representante oficial da marca para Portugal.

Serão percorridas maioritariamente estradas nacionais e municipais onde a diversidade da paisagem será outro dos atrativos da viagem: da zona urbana da capital, às lezírias ribatejanas e final nas serranias da Beira e Alto Alentejo, sempre pontuada pela presença do Rio Tejo.

Para acompanhar tudo numa das próximas edições da MOTOJORNAL!

Podem acompanhar também em Viagens ao Virar da Esquina

At https://motojornal.pt/

Opinião: “A desistência do respeito mútuo”

Raquel 9719966António-Coimbra-de-Matos-e-Raquel-VarelaQuando fui com 18 anos viver para a Alemanha pensei que Portugal era o fim do mundo. Não porque por terras de germânicas há mais riqueza. Nada me causou nos primeiros dias tanta estranheza como ver a minha colega de casa, estudante de medicina, ir às 6 da manhã, feliz, de patins, com frio, neve, para a Faculdade. Havia esfera pública. Pensei, caramba!, que lugar evoluído. Na aldeia onde temos em casa, em Portugal, que terá de distância de uma ponta à outra 1 km e meio, uma parte das pessoas vai ao café de carro e acham graça eu por lá andar de bicicleta – olham para mim como um antropólogo em África no século XIX olha o seu objecto de estudo. Os filhos estão na sua maioria fechados com uma Playstation, porque, entre outras razões, a rua é dos carros e é efectivamente perigosa. A acumulação e a circulação de mercadorias e pessoas não pode parar, por isso fecham-se as crianças em casa. Somos, nesta matéria, hoje, mais primitivos. Temos uma das mais altas taxas de morte nas estradas.

Recordo-me de, muito pequena, uma cena inesquecível. Conto-vos como a memória me trouxe ela até hoje. Estava o meu irmão e o seu grande amigo a jogar ténis num passeio na Zambujeira do Mar e nós todos a brincar na rua, e os nossos pais a conversar animados nos cafés, na altura em que era uma vila de pescadores a sério. E dois ou três homens entraram na terra, num carro, muito rápido, voaram pelo passeio, quase os atropelaram e foram bater num muro, que destruíram. E que os salvou, impedindo-os de cair na falésia. Todos no velho café Rita ficaram chocados com aqueles assassinos à solta, que por pouco não tinham morto dois jovens e a si próprios, e depois de os tirarem do carro e ver que não estavam feridos, deram-lhes um valente murro. Hoje, na Zambujeira, ou na aldeia onde tenho casa a norte do Tejo, ou na minha rua histórica, na área de Lisboa, onde o limite legal é 30km/hora, todos os dias passam uns animais, que fora do carro até podem ser pessoas humanas, a 50 e 70 km/hora. Aliás, na aldeia já por duas vezes o nosso muro foi destruído por embates de carros. E ninguém ousa dar um murro, que seja um grito, neste delírio individualista em que estamos sufocados. Não há posições colectivas de defesa da comunidade. Isto levou a uma situação em que pedestres, crianças, ciclistas e idosos, todos vivemos com um arma apontada à cabeça – essa arma chama-se carro. Ontem morreu uma jovem de 16 anos, pode ter sido um acidente, um outro jovem que teve um AVC ao volante, por exemplo. Pode, mas é pouco provável. O que é mais provável é que ali não há limites de velocidade correctos, as passadeiras não têm lombas, avisos sonoros, listas vermelhas, e a educação para a condução é “prego no fundo” – aliás os anúncios de vendas de automóveis continuam a estimular a velocidade como acto de liberdade.

Somos prisioneiros no espaço público. Que foi completamente dominado ou por estradas ou por parques de estacionamento. O Governo, complacente com a indústria automóvel, lava as mãos disto anunciando todos os anos mortos na estrada, atropelamentos, como “acidentes”. Há, é verdade, acidentes. Mas, a maioria dos mortos não resultam de “acidentes” mas de erros evitáveis. Naturalizou-se o que é social, e não acidental – a falta de educação, de civismo, de respeito, de fiscalização, de serviço público de segurança rodoviária, e de estradas decentes. Em vários países da Europa zonas residenciais e aldeias ou ficaram sem carros ou têm um limites claro, e fiscalizados, de 30 a 50km/hora. Onde há crianças e escolas, como no Campo Grande, sempre 30km/Hora. Cá em Portugal vê-se de tudo: animais colados à traseira do carro da frente; a fazer marcha atrás acelerando; atravessando aldeias a 70 km/hora, 90 km/hora; estradas que são elas mesmo criminosas. E a polícia tem como função de quando em quando passar umas multas que visam recolher impostos. Campanhas de educação deixou de haver de todo. As pessoas, ao contrário da Zambujeira há 40 anos, desistiram de ser uma comunidade que luta e age pelo respeito mutúo.

Tenho muitos amigos, alguns próximos, que são maravilhosos e quando pegam no carro são uns animais. Disney fez um dia uma ilustração Mr Walker e Mr Wheeler – o Sr Pedestre é um homem delicado e educado, quando entrava no carro transmuta-se no Sr Rodas, uma besta incontrolável.

Raquel Varela

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NTM 2020, de 10 a 21 de Maio, em Beja

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A Base Aérea (BA) 11, em Beja, vai receber entre os dias 10 e 21 de Maio o “NATO Tiger Meet 2020”, exercício internacional realizado anualmente com a presença das esquadras de voo, de várias nações, que têm um “tigre” (tiger em inglês) como símbolo.

De acordo com a Força Aérea Portuguesa, que este ano organiza o evento, trata-se de “um dos maiores exercícios internacionais alguma vez realizados em Portugal” e “contará com a presença de 22 esquadras de 16 países aliados, mais de 100 aeronaves e cerca de três mil militares”.

Durante o “NATO Tiger Meet”, a 17 de Maio, irá também decorrer o festival aéreo comemorativo do 68º aniversário da Força Aérea.

At http://www.correioalentejo.com/

Artigo de opinião: “Porque o interior não é uma fatalidade – é uma oportunidade”

hugo-corQuem te viu e quem te vê. Em alguns anos, aquilo que era uma situação muito preocupante em Ponte de Sor, em 2009, à data do encerramento da Delphi, empresa do setor automóvel e a principal empregadora do concelho, transformou-se em 2020 numa realidade de otimismo e num horizonte de crescimento. O obstáculo, que não era pequeno, deu lugar à oportunidade, que é grande.

Nesta década, além do esforço de recuperação e apoio do investimento nos setores mais tradicionais do concelho – no agroalimentar, no agroflorestal, com destaque para a indústria da transformação da cortiça, que é agora o maior empregador da região -, em Ponte de Sor conseguiu-se pensar em novos voos, literalmente, e depois concretizá-los.

Com efeito, aquilo que é atualmente o cluster aeronáutico de Ponte de Sor, com investimentos de dezenas de milhões de euros no seu conjunto e um evento anual de referência a nível mundial – o Ponte de Sor Portugal Air Summit -, e com uma força de emprego de várias centenas de pessoas, na sua maioria altamente qualificadas, deu não só um forte impulso anímico e económico a toda a comunidade pontessorense, como também permitiu colocar o concelho no topo da lista daqueles que em todo o território nacional mais reduziram a sua taxa de desemprego.

Em Ponte de Sor, aterra cada vez mais investimento

Não podemos dizer que a aviação foi uma oportunidade que caiu do céu, porque a verdade é que deu certamente muito trabalho, a quem tem responsabilidades públicas, conseguir fazer deste cluster da aeronáutica o que ele é hoje em Ponte de Sor. Mas é um facto que tem ajudado a evitar a turbulência e a dissipar as nuvens negras que se observam em muitos territórios do interior de Portugal. Em Ponte de Sor, o interior não é uma fatalidade – é uma oportunidade.

Com a aeronáutica vieram mais investimentos e mais recursos humanos, e também mais possibilidades de requalificação dos recursos humanos do próprio concelho. Com este cluster, não o esqueçamos, Ponte de Sor passou a ter ensino superior, com a Escola de Aviação no Aeródromo Municipal, o que leva à fixação e à atração de população e conhecimento, à criação de competências e a condições de emprego e de vida com uma visão apontada ao futuro.

Ao mesmo tempo, com o Portugal Air Summit, Ponte de Sor conquistou, no concurso Município do Ano 2019, o prémio “Projeto da Região no Alentejo”. (A quarta edição do Portugal Air Summit realiza-se de 7 a 10 de outubro.)

Em suma, a aeronáutica, de certa forma, deu asas à Ponte de Sor do século 21.

Um concelho com condições para ganhar no século 21

Acresce que os preços do metro quadrado dos terrenos e das casas são ainda extremamente competitivos por comparação com outras realidades nacionais. Além da oferta imobiliária, também as ofertas de saúde, de hotelaria e restauração, têm, crescentemente, procurado acompanhar o dinamismo da sociedade e da economia do concelho. O mesmo acontece com os serviços públicos, os equipamentos coletivos, a área social, que se vão preparando para a nova atualidade do concelho.

Havendo emprego, havendo soluções de ensino, havendo centralidade geográfica (estamos a pouco mais de 1h de Lisboa e a 1h de Espanha), e havendo condições de qualidade geral de vida, Ponte de Sor é, e será cada vez mais, uma cidade atraente para as famílias se instalarem e aqui construírem o seu futuro. E é bom lembrar que a albufeira de Montargil é todo um tesouro natural à parte, completo com praia fluvial e muitas outras valências.

É preciso também dizer que a comunidade tem sabido receber e integrar a população que veio de fora, de outras regiões do país e dos quatro cantos do mundo. Nisso, Ponte de Sor um exemplo do melhor da alma portuguesa, de um dos elementos que é sempre valorizado por quem visita Portugal – o sermos hospitaleiros, calorosos e interessados.

Ponte de Sor está hoje uma cidade mais cosmopolita, em que nas ruas, nos cafés, nos restaurantes se falam várias línguas, em que os naturais do concelho e os novos pontessorenses globais se relacionam com gosto e facilidade. Em 2020, é uma cidade longe dos problemas e dos conflitos de outras paragens – longe da xenofobia, das tensões por causa da origem de cada um. Ponte de Sor é, com orgulho, um modelo de integração social e económica, em que as oportunidades são para todos os que queiram aproveitá-las.

Cada vez mais, a ‘oportunidade a quem a trabalha’

Em tempos, dizia-se ‘a terra a quem a trabalha’. Em 2020, pode dizer-se de Ponte de Sor que é uma terra da ‘oportunidade a quem a trabalha’.

A palavra importante, aqui, é mesmo oportunidade. Oportunidade para quem vem de fora, é certo, mas igualmente oportunidade para quem está – para quem intervém, organiza, gere, ajuda, projeta – de usar o que já foi feito para criar novas oportunidades para a região. Porque este é um trabalho que nunca está concluído. E o que funciona em determinado momento pode não ser o que funciona num momento futuro.

Para continuar nesta trajetória, ser capaz de ter capacidade de adaptação e de atração dos recursos, dos conhecimentos, das redes que melhor vão servir Ponte de Sor amanhã é uma competência de valor incalculável. Porque se calcula em benefício global para uma comunidade e para uma região inteiras. Porque é aí que está a base estrutural para um elemento decisivo neste caminho – todo o marketing territorial estratégico da região. E porque é assim, nesta cidade banhada pelo rio Sor, que se constrói uma Ponte sólida para o futuro.

Hugo Oliveira Ribeiro

Diretor Geral do HBR Group

At https://www.linhasdeelvas.pt/

Uma incrível história sobre Paulo Gonçalves contada por Hugo Santos

Paulo G.

Hugo Santos foi companheiro de equipa de Paulo Gonçalves em 2006 na Repsol Honda Motogarrano. Pedimos ao “El Toro” para nos contar um “episódio” vivido com o “Speedy” e que demonstra bem a determinação do piloto de Esposende.

“Estávamos a treinar físico, numa sexta feira de manhã antes de uma prova de Motocross, sob o comando do meu pai em frente ao estádio do Gil Vicente. Fazíamos um exercício que se chama ‘burpee’ e no momento em que o Paulo salta fica completamente paralisado e cai no chão”.

“Começou a queixar-se que sentiu uma forte dor no fundo das costas e que não conseguia andar. Entretanto o meu pai foi buscar o carro e ele disse para o levarmos ao fisioterapeuta dele porque de certeza que o conseguiria colocar a andar novamente. O Paulo saiu da fisioterapia mas era visível que ele estava em grandes dificuldades”.

“No dia seguinte, para meu espanto, quando eram 10h30m estávamos para arrancar para a prova – que se realizava em Carrazeda de Ansiães – e o Paulo apareceu a andar muito devagar e disse ‘pronto vamos lá atacar’. Eu fiquei super contente por ele ir correr e sabia que iria dar o seu máximo como sempre”.

“A realidade é que no domingo ele tomou a sua medicação e foi pedir para lhe darem uma injeção para as dores. Alinhou na grelha de partida e venceu a classe MX2 e foi 2.º na categoria Elite”.

Hugo Santos conclui: ”O que mais me fascinava no Paulo era a sua garra e aquela gigantesca força de sacrifício que ele tinha. Ele era a prova que o Motocross não é para todos mas sim para pessoas duras como ele”.

At https://offroadmoto.motosport.com.pt/

Crónica: “Esta “doença” dos motores”

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São os momentos negros que nos fazem ponderar sobre o que fazemos e para onde vamos. São as tragédias que nos fazem reflectir sobre as nossas escolhas.

“Com o sucesso, não aprendemos absolutamente nada. Com fracassos e contratempos, é possível tirar conclusões”, disse Niki Lauda, que nos deixou no ano passado, depois de uma vida recheada de sucessos, mas também de momentos difíceis. São momentos como o de ontem, com a notícia da morte de Paulo Gonçalves, que nos fazem parar para pensar.

O desporto motorizado é um dos mundos mais competitivos e difíceis, onde para ter sucesso não chega apenas ter talento. Para se chegar ao topo é preciso uma mistura de ingredientes especial, que não se encontra facilmente. O esforço, a entrega e os sacrifícios que se fazem, têm de ser “servidos em quantidades generosas” e nem sempre dão os frutos desejados… ou merecidos. Muitos foram os que tentaram e não conseguiram. Poucos foram os que conseguiram de facto deixar uma marca indelével.

Mas para quê? A troco de quê, tantos dão sangue suor e lágrimas, às voltas num circuito, ou a percorrer troços, a velocidades que fariam o comum dos mortais ficar congelado? Alguns pensarão que é apenas a busca da adrenalina, outros apenas a procura do reconhecimento ou do sucesso. É muito mais que isso. É uma luta pessoal em busca de ser cada vez melhor.

Ao ver a notícia da morte de Paulo Gonçalves foi-me impossível ficar indiferente, tal como a grande maioria dos portugueses. Admito que a minha “praia” é a velocidade e tudo o que implique um pouco mais de pó, não me atrai tanto, mas reconheço a valia, talento e coragem dos homens e mulheres que tentam chegar ao fim do mais duro rali do mundo. E sempre admirei a postura de Paulo Gonçalves… que sorte tivemos em tê-lo como representante das cores lusas. Um homem que nunca virou a cara à luta, que mostrou uma resiliência e determinação ao alcance de poucos, em especial no Dakar, uma prova que foi sempre algo ingrata para ele e que merecia ter vencido.

O seu currículo invejável, com inúmeros títulos conquistados, diz pouco sobre o homem, que nunca desistiu e sempre tentou até ao fim, apesar das dificuldades. Na minha mente fica a imagem recordada por João Carlos Costa nas suas redes sociais, de uma queda de Paulo Gonçalves em 2016. Uma queda violenta, que deixaria por terra qualquer um. Mas Gonçalves nem um segundo ficou no chão. Levantou-se logo, pegou na moto e seguiu. E talvez seja isto que nos deva ficar na memória. Um herói, que percorreu os troços mais difíceis, sempre com uma determinação inabalável, e que a cada queda respondeu com uma dose ainda maior de determinação.

Talvez seja isto o desporto motorizado… uma caricatura a alta velocidade da vida, em que os maiores nomes serão provavelmente os maiores exemplos de como andar neste mundo. Talvez seja esta superação constante dos artistas que nos faz gostar “disto” e dá sentido a este desporto. Burce McLaren disse uma vez “fazer algo bem vale tanto a pena, que morrer a tentar fazê-lo melhor não pode ser considerado loucura”.

Certamente que aos familiares e amigos esta consolação servirá de pouco num momento de tanta dor, mas no futuro, a certeza de que Paulo Gonçalves foi o verdadeiro exemplo do que é o espírito do Dakar e que o seu nome será recortado para sempre, será motivo de orgulho e que esta busca incessante pela vitória será inspiração para muitos. E isto não pode ser considerado loucura. Paulo Gonçalves e muitos outros artistas dos motores, serão recordados durante muito anos… a “imortalidade” é o prémio pelas suas conquistas e mais que isso, pela sua postura. A nós, resta-nos dentro das nossas possibilidade, pelo menos tentar seguir estes exemplos e recordar os seus feitos. E se assim for, talvez tudo isto, esta “doença” dos motores, faça mais sentido.

Fábio Mendes

At https://www.autosport.pt/

Greenrail ou o conceito de transformar as linhas férreas em produtoras de energia limpa

Temos vindo a conhecer muitas novidades no que toca à produção de energia limpa. Principalmente estruturas dedicadas ao segmento automóvel, como estradas produtoras de energia, estações de abastecimento também elas produtoras e várias tecnologias nos próprios veículos. Portanto, tudo serve para acolher aquilo que o Sol e outras fontes limpas nos oferecem. Assim, ter as linhas de comboio a produzir também é uma excelente ideia.

Apareceu pela mão da empresa Greenrail uma solução que utiliza tecnologia inovadora para tornar as travessas das linhas mais eficientes, reduzir o desperdício e gerar energia limpa.

Seguramente ainda se lembra do que falámos no passado ano, que fechamos há poucas horas. Estradas produtoras de energia, carros que deixam os motores térmicos, barcos que agora são elétricos e até aviões que não queimam combustível fóssil.

Há um combinar de tecnologias. Se por um lado a ideia é deixar de poluir com a combustão dos derivados do petróleo, por outro percebe-se a necessidade de ampliar a rede de produção destas energias limpas.

Linhas de comboio que também produzem energia solar

Já imaginou quantos milhares de quilómetros existem em Portugal de linha férrea? E no mundo? É um ideia interessante usar este espaço da linha para recolher energia. Assim, uma empresa teve a iniciativa de criar uma solução que dá uma utilidade acrescida às travessas que fazem parte da linha dos comboios.

Embora a inovação, o design e a tecnologia tenham transformado a maioria das indústrias tradicionais, algumas coisas têm permanecido as mesmas durante séculos. Na indústria ferroviária, as travessas de madeira ou de betão permaneceram praticamente inalteradas desde que foram introduzidas no início do século 20. Não está na hora de evoluir esta estrutura?

Como surgiu a ideia de travessas produtores de energia?

Em 2005, Giovanni De Lisi, um trabalhador italiano de manutenção e instalação ferroviária, teve uma ideia que poderá mudar o padrão de toda a indústria, introduzir a economia circular e fazer a transição da indústria para a neutralidade de carbono.

Greenrail, uma empresa recém-criada com sede em Milão, produz travessas de betão com uma mistura de plástico reciclado e borracha de pneus ELT (End of Life Tires). Através do seu processo de economia circular, cada quilómetro de linha ferroviária feita pela Greenrail permite a reciclagem de 35 toneladas de plástico e pneus usados.

Economia Circular é um conceito estratégico que assenta na redução, reutilização, recuperação e reciclagem de materiais e energia. Substituindo o conceito de fim-de-vida da economia linear, por novos fluxos circulares de reutilização, restauração e renovação, num processo integrado, a economia circular é vista como um elemento chave para promover a dissociação entre o crescimento económico e o aumento no consumo de recursos, relação até aqui vista como inexorável.

As travessas inovadoras reduzem os custos de manutenção em cerca de 50% porque “o plástico reciclado e a capa de borracha ajudam a reduzir o desgaste do lastro da via, absorvendo vibrações, diminuindo o movimento lateral das linhas e aumentando a capacidade de carga em 40%”, explicou o fundador e CEO da Greenrail De Lisi em entrevista à EJinsight.

Mais que reciclar é possível produzir energia limpa

Embora estas características de reciclagem fossem suficientes para as tornar muito interessantes, outra ideia equipou de sobremaneira estas estruturas e podem ser uma revolução. O empresário italiano decidiu transformar esta peça passiva numa infraestrutura de produção de energia.

A Greenrail Solar integra painéis solares que convertem a infraestrutura ferroviária numa central fotovoltaica. Conforme foi descrito, esta “inovação”, utiliza um sistema piezoelétrico para gerar eletricidade durante a passagem de um comboio. Uma terceira versão, Greenrail Linkbox, envia dados para diagnósticos em tempo real, melhorando a segurança e a manutenção preditiva dos caminhos de ferro.

Cada quilómetro de travessas solares Greenrail pode produzir 35 MWh por quilómetro, energia suficiente para suprir as necessidades anuais de eletricidade de 10 residências. Considerando que só na Europa existem aproximadamente 380 milhões de travessas de betão, o potencial pode ser enorme.

Projetos piloto estão já a produzir energia

Embora a empresa tenha começado a expandir-se em mercados de alto potencial como os EUA, Índia, Austrália, Brasil, Rússia, Uganda e Cazaquistão, em setembro de 2018 abriu o seu primeiro troço piloto de travessas inteligentes na linha Reggio Emilia – Sassuolo, Itália.

Desde então tem afinado e melhorado a tecnologia. Nesse sentido, poderemos num futuro próximo ver as linhas de comboio com outro aspeto, de passivas a ativas na produção de energia.

At https://pplware.sapo.pt/

Redução? É o que mais faltava. Nunca deveriam era ter existido

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Deputados do PS de Castelo Branco querem que Governo prossiga redução de portagens

Os deputados do PS eleitos por Castelo Branco querem que o Governo prossiga com uma política de redução dos valores das portagens, nomeadamente na A23 e A25, foi hoje revelado.

Em comunicado enviado à agência Lusa, é explicado que os três deputados do PS eleitos pelo círculo de Castelo Branco, Hortense Martins, Nuno Fazenda e Joana Bento, subscreveram um projeto de resolução que recomenda ao Governo que continue a adotar uma política de aprofundamento de redução dos valores das portagens, correspondendo assim aos compromissos do partido para com os concidadãos do distrito.

“O Governo atual manifestou já a intenção de prosseguir com uma política efetiva de redução dos valores das taxas de portagens, instituindo assim instrumentos de discriminação positiva como forma de promover a coesão territorial e, em particular, atendendo às especificidades do interior e do distrito de Castelo Branco”, lê-se na nota.