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Artigo de opinião: “Mais do mesmo”

José RibeiroAo fim de 11 jogos, com os mesmos adversários, eis o resultado: Silas, 21 pontos; Rúben Amorim, 21 pontos. Silas saiu em 4º, Rúben terminou em 4º. O futebol não é “fácil, fácil”

De punho cerrado, a festejar sozinho na tribuna do estádio em Braga. A imagem de felicidade, seguida de discurso de ‘vingança’, no qual lembrou que o Sporting ainda lhe deve os muitos milhões pela contratação de Rúben Amorim. António Salvador, nas imagens e nas palavras, humilhou o Sporting em toda a linha: a desportiva, primeiro; a financeira, de seguida, e por fim a moral. Sim, o Sporting ‘roubou-lhe’ um treinador que ainda nem sequer pagou (já lá vão quatro meses), pensando que também lhe ‘roubava’ o 3º lugar e a entrada direta na Liga Europa. Afinal, conseguiu… zero, mas de uma forma ou de outra já garantiu aos bracarenses qualquer coisa como metade do orçamento daquela SAD na época 20/21. É obra!

Podem dizer-me que se Salvador humilhou alguém foi Frederico Varandas. Não. Quem sai humilhado é o Sporting, porque é a equipa de futebol verde e branca que termina em 4º lugar; é a SAD leonina quem tem de pagar a conta Rúben Amorim. Sim, é o Sporting quem fica humilhado, e por consequência, como Sócio, partilho desse sentimento. Salvador sonhava há cinco anos com uma noite assim. Finalmente aconteceu. Coincidência? Nada disso.

Leão

1 – OS DIRIGENTES. Se aqueles que administram a SAD tivessem um pingo de vergonha na cara, já a tinham mostrado para pedir desculpas aos Sócios pela pior época de futebol profissional da nossa história centenária. Até agora… só ouvimos o chilrear de passarinhos. De facto, imagino as desculpas de Varandas depois da bazófia exibida na pré-época, quando garantiu que o Sporting terminaria o campeonato 19/20 “acima do 3º lugar”. De facto, imagino as desculpas de Salgado Zenha depois da bazófia exibida já com a época a decorrer, quando vaticinou grandes resultados para 19/20 porque “os nossos adversários perderam alguns dos seus melhores jogadores e o Sporting reforçou-se”. E nem vou perder muito tempo com a bazófia de Miguel Cal quando, já depois da demissão, veio falar nas redes sociais num Sporting em modo “foguete”, que estava imparável. Enfim, são apenas garotos deslumbrados, a quem foi dado um brinquedo que não sabem como funciona. O futebol “fácil, fácil”, nas palavras de Frederico Varandas, não existe. No futebol pouco interessa o que se faz nas primeiras 10 jornadas, ou nas 10 jornadas do meio. Interessa é como acaba. E para o Sporting acabou de tal forma mal que me recuso aqui a fazer a lista de recordes negativos que conseguimos, repito, na pior temporada da nossa história.

2 – OS TREINADORES. Silas teve como primeiro adversário o D. Aves; Rúben Amorim começou a aventura Sporting precisamente frente ao mesmo opositor. Silas entrou para um Sporting 5º classificado e deixou-o na 4ª posição. Rúben começou e terminou no 4º lugar. Silas nos primeiros 11 jogos à frente da equipa somou 21 pontos na Liga. Rúben fez de leão ao peito os mesmíssimos 11 jogos, e contra os mesmos adversários. Somou… 21 pontos. Goste-se mais de um ou outro, a verdade é que em matéria de resultados, e no futebol é isso que conta, fizeram igual. Silas ganhou 7 jogos e perdeu 4; Rúben ganhou 6 jogos, empatou 3 e perdeu 2. Não considero como bons os resultados de Silas, bem pelo contrário, mas os de Rúben também não o foram. Era evidente que com Silas o Sporting não ia lá. Mas é evidente que com Rúben chegamos ao destino que desejamos? Para mim, está longe de o ser.

3 – AS CONSEQUÊNCIAS. Ficar fora do pódio da Liga não veio mesmo nada a calhar para quem queria vender o ‘projeto formação’ como uma grande vitória. Sejamos claros: os miúdos foram lançados porque, a dado momento, ficou claro que têm mais qualidade do que as nulidades contratadas em ano e meio e que custaram 43 milhões de euros! Mas lançar estes miúdos no meio de tanta mediocridade é estar a ‘matá-los’. Apesar de tudo, numa época desastrosa, o Sporting recebeu uma excelente notícia: Max é guarda-redes top e só tem de continuar a ser o dono da baliza. Mas, então, para quê contratar Adán e gastar com ele 2 milhões por ano em salário bruto? Para Max aprender com ele? Com um guarda-redes que não jogou nos últimos dois anos? Não brinquem com o dinheiro do Sporting! Aquilo que Max já é como guarda-redes, Adán nem perto disso andou em momento algum da carreira dele. Teve o seu pequeno momento de glória quando José Mourinho quis afrontar Casillas no Real Madrid. Nada mais.

O problema aparentemente inultrapassável neste Sporting é este: os erros sucedem-se, cada vez de forma mais gritante, e não há consequências para ninguém. Os medíocres vão-se defendendo uns aos outros e por lá continuam.

P.S. Maria Serrano, elemento do Conselho Diretivo com a pasta dos Núcleos, deu uma entrevista ao Jornal Sporting, publicada na última edição. Foi-lhe perguntado várias vezes e de diversas formas, como poderia o Sporting ajudar os Núcleos a manterem as portas abertas ou a crescer. A resposta concreta nunca surgiu. Apenas aquele tipo de palavreado que as Miss Universo utilizam no concurso, ao pedir paz no Mundo e alimentos para todos. Maria Serrano adaptou o discurso ao tema e teceu loas aos Núcleos, mas dizer o que fazer, como fazer, está quieto. Um vazio absoluto de ideias. Imagino, portanto, o tempo que a senhora gasta a pensar em soluções, ou a capacidade que tem para as encontrar… Ah, mas conseguiu colocar a cereja no topo do bolo ao explicar que i-voting também serve para ajudar os Núcleos. Percebeu-se que o périplo desta senhora pelos Núcleos (por alguns…) serviu apenas para os enganar com a história do i-voting. É que se algo pode ajudar a desenvolver os Núcleos é precisamente o voto electrónico presencial (como já se faz no nosso Estádio) no maior número possível de locais. Porque isso, sim, iria dar maior visibilidade e maior movimento aos Núcleos. Estreitaria a relação do Sócio com o Núcleo. O i-voting, que permite a cada um votar a partir do seu próprio telemóvel, ajuda os Núcleos em quê? Se esta gente tivesse tanta capacidade para gerir o futebol como tem para mentir aos Sócios, hoje estaríamos a festejar o bicampeonato!

José Ribeiro

At https://leonino.pt/

Opinião: “Falta de decência”

Conferência de imprensa sobre a Fase final da Liga dos Campeões em Portugal

Era uma vez um país em que um quinto dos seus cidadãos vivia na pobreza ou no seu limiar, que tinha recebido milhares de milhões de euros por ano em transferências de fundos europeus, que mesmo assim tinha conseguido ir à falência, e que depois disso continuava a aumentar a sua dívida em várias dezenas de milhares de milhões euros por ano.

Nesse país, um dia reuniram-se as três principais figuras de Estado para anunciar pelas televisões ao país que – orgulho! – a Final da Champions seria realizada na nossa capital!!

Dizem que o tipo que escrevia os discursos do PM lá do sítio não jogava com o baralho todo, coitado. Os pais eram primos direitos e ele babava-se um bocado, mas tinha sido o melhor no ensino especial. Deixavam-no andar por ali porque ajudava a preencher as quotas para que a equipa de assessores fosse inclusiva.

O discurso tinha de mostrar ao país que esta grande conquista – não, não tínhamos nenhum astronauta na ISS, era muito melhor do que isso – era uma conquista de todos os cidadãos. O gajo adorava bola e estava em êxtase. Ele latejava de inspiração e o teclado já estava em brasa.

Se estivéssemos a atravessar mais uma época de incêndios, esta fantástica e maravilhosa conquista seria um prémio para os nossos bombeiros, os nossos heróis, mas como ainda não está a fazer calor… então ia bem era para os profissionais de saúde, pronto! Isso sim, era uma boa ideia. As palmas na varanda já lá vão. Eles mereciam alguma coisa objectiva e de efectivo valor. Era por isto que eles ambicionavam!

Felizmente o chefe dos Spins leu o discurso antes de o passar para as mãos do PM e achou que afirmar que este evento “era um prémio merecido para os profissionais de saúde” seria ofensivo para os próprios, riscou a frase e, à costa da mão, deu uma bofetada ao anormal que a tinha escrito.

E assim o último limite da decência foi salvo.

Paulo Sousa

At https://delitodeopiniao.blogs.sapo.pt/

Artigo de opinião: “A justiça criminosa”

ClaraPor uma vez gostava que em Portugal alguma coisa tivesse um fim, ponto final, assunto arrumado. Não se fala mais nisso. Vivemos no país mais inconclusivo do mundo, em permanente agitação sobre tudo e sem concluir nada.

Desde os Templários e as obras de Santa Engrácia que se sabe que nada acaba em Portugal, nada é levado às últimas consequências, nada é definitivo e tudo é improvisado, temporário, desenrascado. Da morte de Francisco Sá Carneiro e do eterno mistério que a rodeia, foi crime, não foi crime, ao desaparecimento de Madeleine McCann ou ao caso Casa Pia, sabemos de antemão que nunca saberemos o fim destas histórias, nem o que verdadeiramente se passou nem quem são os criminosos ou quantos crimes houve. Tudo a que temos direito são informações caídas a conta-gotas, pedaços do enigma, peças do quebra-cabeças. E habituámo-nos a prescindir de apurar a verdade porque intimamente achamos que não saber o final da história é uma coisa normal em Portugal e que este é um país onde as coisas importantes são “abafadas”, como se vivêssemos ainda em ditadura. E os novos códigos Penal e de Processo Penal em nada vão mudar este estado de coisas. Apesar dos jornais e das televisões, dos blogues, dos computadores e da Internet, apesar de termos acesso em tempo real ao maior número de notícias de sempre, continuamos sem saber nada, e esperando nunca vir a saber com toda a naturalidade. Do caso Portucale à Operação Furacão, da compra dos submarinos às escutas ao primeiro-ministro, do caso da Universidade Independente ao caso da Universidade Moderna, do Futebol Clube do Porto ao Sport Lisboa e Benfica, da corrupção dos árbitros à corrupção dos autarcas, de Fátima Felgueiras a Isaltino Morais, da Bragaparques ao grande empresário Bibi, das queixas tardias de Catalina Pestana às de João Cravinho, há por aí alguém que acredite que algum destes secretos arquivos e seus possíveis e alegados, muito alegados crimes, acabem por ser investigados, julgados e devidamente punidos? Vale e Azevedo pagou por todos. Portugal tem um défice de responsabilidade civil, criminal e moral muito maior do que o seu défice financeiro, e nenhum português se preocupa com isso apesar de pagar os custos da morosidade, do secretismo, do encobrimento, do compadrio e da corrupção. Os portugueses, na sua infinita e pacata desordem existencial, acham tudo “normal” e encolhem os ombros. Quem se lembra dos doentes infectados por acidente e negligência com o vírus da sida? Quem se lembra do miúdo electrocutado no semáforo e do outro afogado num parque aquático? Quem se lembra das crianças assassinadas na Madeira e do mistério dos crimes imputados ao padre Frederico? Quem se lembra que um dos raros condenados em Portugal, o mesmo padre Frederico, acabou a passear no Calçadão de Copacabana? Quem se lembra do autarca alentejano queimado no seu carro e cuja cabeça foi roubada do Instituto de Medicina Legal?

Em todos estes casos, e muitos outros, menos falados e tão sombrios e enrodilhados como estes, a verdade a que tivemos direito foi nenhuma. No caso McCann, cujos desenvolvimentos vão do escabroso ao incrível, alguém acredita que se venha a descobrir o corpo da criança ou a condenar alguém? As últimas notícias dizem que Gerry McCann não seria pai biológico da criança, contribuindo para a confusão desta investigação em que a Polícia espalha rumores e indícios que não substancia. E a miúda desaparecida em Figueira? O que lhe aconteceu? E todas as crianças desaparecida antes delas, quem as procurou? E o processo do Parque, onde tantos clientes buscavam prostitutos, alguns menores, onde tanta gente “importante” estava envolvida, o que aconteceu? Arranjou-se um bode expiatório, foi o que aconteceu. E as famosas fotografias de Teresa Costa Macedo? Aquelas em que ela reconheceu imensa gente “importante”, jogadores de futebol, milionários, políticos, onde estão? Foram destruídas? Quem as destruiu e porquê? E os crimes de evasão fiscal de Artur Albarran mais os negócios escuros do grupo Carlyle do senhor Carlucci em Portugal, onde é que isso pára? O mesmo grupo Carlyle onde labora o ex-ministro Martins da Cruz, apeado por causa de um pequeno crime sem importância, o da cunha para a sua filha. E aquele médico do Hospital de Santa Maria suspeito de ter assassinado doentes por negligência? Exerce medicina? E os que sobram e todos os dias vão praticando os seus crimes de colarinho branco sabendo que a justiça portuguesa não é apenas cega, é surda, muda, coxa e marreca.

Passado o prazo da intriga e do sensacionalismo, todos estes casos são arquivados nas gavetas das nossas consciências e condenados ao esquecimento. Ninguém quer saber a verdade. Ou, pelo menos, tentar saber a verdade. Nunca saberemos a verdade sobre o caso Casa Pia, nem saberemos quem eram as redes e os “senhores importantes” que abusaram, abusavam, abusam e abusarão de crianças em Portugal, sejam rapazes ou raparigas, visto que os abusos sobre meninas ficaram sempre na sombra. Existe em Portugal uma camada subterrânea de segredos e injustiças, de protecções e lavagens, de corporações e famílias, de eminências e reputações, de dinheiros e negociações que impede a escavação da verdade. Este é o maior fracasso da democracia portuguesa e contra isto o PS e o PSD que fizeram? Assinaram um iníquo pacto de justiça.

Clara Ferreira Alves

22/10/2007

At https://expresso.pt/

NTM 2020, de 10 a 21 de Maio, em Beja

ntm 2020

A Base Aérea (BA) 11, em Beja, vai receber entre os dias 10 e 21 de Maio o “NATO Tiger Meet 2020”, exercício internacional realizado anualmente com a presença das esquadras de voo, de várias nações, que têm um “tigre” (tiger em inglês) como símbolo.

De acordo com a Força Aérea Portuguesa, que este ano organiza o evento, trata-se de “um dos maiores exercícios internacionais alguma vez realizados em Portugal” e “contará com a presença de 22 esquadras de 16 países aliados, mais de 100 aeronaves e cerca de três mil militares”.

Durante o “NATO Tiger Meet”, a 17 de Maio, irá também decorrer o festival aéreo comemorativo do 68º aniversário da Força Aérea.

At http://www.correioalentejo.com/

Artigo de opinião: “Camisa de 7 varas”

jardeljoaopinto

Zenha tem contratos para descontar, tem passes de jogadores para alienar, tem sócios e parceiros para potenciar. Tem direitos a exigir e obrigações a cumprir.

A entrevista de Francisco Zenha publicada no passado sábado no jornal Expresso foi entendida por mim como um pedido de ajuda e uma afirmação de incapacidade para olhar para o futuro e tentar recriá-lo, e uma demonstração de arrependimento pela falta de perceção inicial da realidade do Sporting e do que vinha a ser feito pelos seus antecessores. E por antecessores, não me reporto só a mim.

Assim, quais são para mim as sete varas com que Zenha se vestiu? Vamos então:

  1. Não se goza com um parceiro ou cliente. Um negócio é bom para os dois. Imagine-se que se tinha vendido o Bruno Fernandes por 40 milhões de euros no Verão, a tempo de recompor a equipa, coisa que Zenha diz que não se conseguiu fazer. Poderíamos estar em 1.º ou 2.º lugar no campeonato nacional de futebol, em vias de ganhar muito mais dinheiro do que os 20M com que agora diz que enganou os tolos. E veja-se o impacto mediático que a sua afirmação teve em Inglaterra. Mais uma vez, a arrogância gerou um efeito negativo.
  2. A banca existe para ganhar dinheiro. A banca detida por fundos de risco (hedge funds), os chamados Fundos “Abutre”, como é o caso do Novo Banco, ainda mais dinheiro quer ganhar. Se há um problema com algum banco só tem de fazer exercer a magistratura de influência por via dos milhares de sportinguistas que têm relações com esse banco.
  3. Zenha rescindiu o contrato com quem estava a assessorar a recompra da dívida a desconto. E nunca quis perceber que nessa recompra se iria incluir o reembolso do empréstimo obrigacionista, sem necessidade de uma nova emissão. Disse em AG da SAD que pediram informação sobre quem seriam os investidores (coisa que obviamente não lhe deram, e como ex-funcionário de um banco deveria saber que não se pode dar) e estes fundos colocam unidades de participação em diversos investidores (como fundos de pensões, entidades públicas, entidades financeiras, etc.).
  4. Assumiu que conseguiria o haircut da dívida diretamente com a banca, desconhecendo, por inexperiência, que esta afirma aos seus clientes que terá dificuldade em fazer esses reconhecimentos de perdas diretamente com os mesmos, a não ser que sejam feitas através de PER – Processo Especial de Revitalização ou de RERE – Regime Extrajudicial de Recuperação de Empresas, que, obviamente, podem prejudicar a imagem das sociedades.
  5. Fala da estrutura fraca do Sporting quando manteve (e bem!) grande parte da mesma. Por exemplo, das áreas que me estavam adstritas diretamente só a área da segurança teve a sua direção substituída. Esquece (até porque se calhar não sabe pois nunca geriu nenhuma empresa na vida) que tivemos de fazer um despedimento coletivo e agressivamente reduzir em 40 milhões os gastos de estrutura. E aí, contrariamente ao que o seu chefe disse, conseguimos reduzir os gastos e aumentar a competitividade, ficando logo no primeiro ano em lugar de acesso à Liga dos Campeões no Futebol profissional. A isso chama-se “gerir”.
  6. Devia ter claramente assumido que está a aprender e que tem uma estrutura competente que o está a ajudar e que acredita que, a prazo (o mais curto possível para bem do Sporting), estará apto para falar sobre projetos para o futuro (além de um tal software, que custará para cima de dois milhões de euros e que não ganhará certamente campeonatos).
  7. Tem o “mérito” de ter conseguido ocultar os custos dos financiamentos do Sporting (na última Assembleia Geral da Sporting SAD disse que não os divulgava para proteger os interesses dos parceiros) quando, infelizmente, passou a Sporting SAD de SAD que tinha historicamente os menores custos de financiamento entre os clubes rivais (e louvor seja feito a todos os CFOs que me antecederam pois essa característica já vinha de trás) para a que maiores custos apresenta. Isso iremos certamente ver no próximo Relatório & Contas auditado.

A atividade nos mais de cinco anos em que estive na Direção do Sporting Clube de Portugal pode ser dividida em três fases: a fase de reestruturação e de redução significativa de custos de estrutura; a fase de foco nas modalidades desportivas, incluindo o futebol, com uma perceção clara que sem sucesso desportivo, não poderia haver capacidade financeira; a terceira fase de solidificação e sustentação da estrutura do Grupo. Nesta fase foram lançadas as bases de uma melhoria significativa nas infraestruturas físicas e humanas que nos iriam ocupar até final do mandato, que foi coartado quando só tinha decorrido um quarto do mesmo. E é desta última fase que a atual Direção está a viver.

Assim, e em conclusão, Zenha repete os erros do seu Presidente, além dos tiques autocráticos que nada acrescentam e que me vou abster de comentar. Fala de uma herança que, no caso do Sporting Clube de Portugal, é a herança de uma das maiores instituições portuguesas, com uma das marcas mais valiosas do País. Tem contratos para descontar, tem passes de jogadores para alienar, tem sócios e parceiros para potenciar. Tem direitos a exigir e obrigações a cumprir. E uma dessas obrigações é cumprir com o lema do Sporting Clube de Portugal, de esforço, dedicação e devoção. E, sinceramente, pouco tenho visto destes três pilares fundamentais para a sustentabilidade do Clube e dos seus stakeholders.

Carlos Vieira

At https://leonino.pt/

Uma incrível história sobre Paulo Gonçalves contada por Hugo Santos

Paulo G.

Hugo Santos foi companheiro de equipa de Paulo Gonçalves em 2006 na Repsol Honda Motogarrano. Pedimos ao “El Toro” para nos contar um “episódio” vivido com o “Speedy” e que demonstra bem a determinação do piloto de Esposende.

“Estávamos a treinar físico, numa sexta feira de manhã antes de uma prova de Motocross, sob o comando do meu pai em frente ao estádio do Gil Vicente. Fazíamos um exercício que se chama ‘burpee’ e no momento em que o Paulo salta fica completamente paralisado e cai no chão”.

“Começou a queixar-se que sentiu uma forte dor no fundo das costas e que não conseguia andar. Entretanto o meu pai foi buscar o carro e ele disse para o levarmos ao fisioterapeuta dele porque de certeza que o conseguiria colocar a andar novamente. O Paulo saiu da fisioterapia mas era visível que ele estava em grandes dificuldades”.

“No dia seguinte, para meu espanto, quando eram 10h30m estávamos para arrancar para a prova – que se realizava em Carrazeda de Ansiães – e o Paulo apareceu a andar muito devagar e disse ‘pronto vamos lá atacar’. Eu fiquei super contente por ele ir correr e sabia que iria dar o seu máximo como sempre”.

“A realidade é que no domingo ele tomou a sua medicação e foi pedir para lhe darem uma injeção para as dores. Alinhou na grelha de partida e venceu a classe MX2 e foi 2.º na categoria Elite”.

Hugo Santos conclui: ”O que mais me fascinava no Paulo era a sua garra e aquela gigantesca força de sacrifício que ele tinha. Ele era a prova que o Motocross não é para todos mas sim para pessoas duras como ele”.

At https://offroadmoto.motosport.com.pt/