Artigo de opinião: “A minha leitura sobre Manuela M. Guedes”

Jose_NizaFui director de programas da RTP e depois seu administrador. E garanto-vos que, se alguma vez algum apresentador ou jornalista desse uma entrevista a chamar-me “estúpido”, a primeira coisa que aconteceria seria o cancelamento imediato do seu programa, independentemente de haver ou não eleições em curso.

Por isso me parece incompreensível que, embora rios de tinta já se tenham escrito sobre o cancelamento do jornal nacional que Manuela Moura Guedes (MMG) apresentava na TVI, todos os analistas e comentadores tenham ignorado a explosiva e provocatória entrevista que MMG deu ao Diário de Notícias dias antes de a administração da TVI lhe ter acabado com o programa.

Em meu entender essa entrevista, realizada com antecedência para ser publicada no dia do regresso de MMG com o seu jornal nacional, foi a gota de água que precipitou a decisão da TVI. É que, o seu conteúdo, de tão explosivo e provocatório que era, começou a ser divulgado dias antes. E se chegou ao meu conhecimento, mais cedo terá chegado à administração da TVI.

Nessa entrevista MMG chama “estúpidos” aos seus superiores. Aliás, as palavras “estúpidos” e “estupidez” aparecem várias vezes sempre que MMG se refere à administração.

É um documento que merece ser analisado, não somente do ângulo jornalístico, mas sobretudo do ponto de vista comportamental. É uma entrevista de uma pessoa claramente perturbada, convicta de que é a maior (“Eu sou a Manuela Moura Guedes”!) e que se sente perseguida por toda a gente. (Em psiquiatria esse tipo de fenómenos são conhecidos por “ideias delirantes”, de grandeza ou de perseguição).

MMG diz-se perseguida pela administração da TVI; afirma que os accionistas da PRISA são “ignorantes”; considera-se “um alvo a abater”; acusa José Alberto de Carvalho, José Rodrigues dos Santos e Judite de Sousa de fazerem “fretes ao governo” e de serem “cobardes”; acusa o Sindicato dos Jornalistas de pessoas que “nunca fizeram a ponta de um corno na vida”; diz que o programa da RTP 2, Clube de Jornalistas, é uma “porcaria”; provoca a ERC (Entidade Reguladora da Comunicação Social); arrasa Miguel Sousa Tavares e Pacheco Pereira, etc.

E quando o entrevistador lhe pergunta se um pivô de telejornal não deve ser “imparcial”, “equidistante”, “ponderado”, ela responde: “Então metam lá uma boneca insuflável”!

Como é que a uma pessoa que assim “pensa” e assim se comporta, pode ser dado tempo de antena em qualquer televisão minimamente responsável?

Ao contrário do que alguns pretendem fazer crer – e como sublinhou Mário Soares – esta questão não tem nada a ver com liberdade de imprensa ou com a falta dela. Trata-se, simplesmente, de um acto e de uma imperativa decisão administrativa, e de bom senso democrático.

Como é que alguém, ou algum programa, a coberto da liberdade de imprensa, pode impunemente acusar, sem provas, pessoas inocentes? É que a liberdade de imprensa não é um valor absoluto, tem os seus limites, implica também responsabilidades. E quando se pisa esse risco, está tudo caldeirado. Há, no entanto, uma coisa que falta: uma explicação totalmente clara e convincente por parte da administração da TVI, que ainda não foi dada.

Vale também a pena considerar os posicionamentos político-partidários de MMG e do seu marido.

J. E. Moniz tem, desde Mário Soares, um ódio visceral ao PS. Sei do que falo. MMG foi deputada do CDS na AR. Até aqui, nada de especialmente especial.

O que já não está bem – e é criminoso – é que ambos se sirvam de um telejornal para impunemente acusarem pessoas inocentes, sem quaisquer provas, instilando insinuações e induzindo suspeições.

Ainda mais reles é o miserável aproveitamento partidário que, a começar no PSD e em M. F. Leite, e a acabar em Louçã e no BE, está a ser feito. Estes líderes políticos, tal como Paulo Portas e Jerónimo de Sousa, sabem muito bem, que nem Sócrates nem o governo tiveram qualquer influência no caso TVI. Eles sabem isto. Mas Salazar dizia: “O que parece, é”!

E eles aprenderam.

– 1984. Eu era, então, administrador da RTP. Um dia a minha secretária disse-me que uma das apresentadoras tinha urgência em falar comigo: – “Venho pedir-lhe se me deixa ir para a informação, quero ser jornalista”! Perguntei-lhe se tinha algum curso de jornalismo. Não tinha. Perguntei-lhe se, ao menos, tinha alguma experiência jornalística, num jornal, numa rádio… Não tinha. “O que eu quero é ser jornalista”! Percebi que estava perante uma pessoa tão determinada quanto ignorante. E disse-lhe: “Vá falar com o director de informação; se ele a aceitar, eu passo-lhe a guia de marcha e deixo-a ir”. A magricelas conseguiu. Dias depois, na primeira entrevista que fez – no caso, ao presidente do Sporting, João Rocha – a peixeirada foi tão grande que ficou de castigo e sem microfone uma data de tempo.

P.S.

A jovem apresentadora chamava-se Manuela Moura Guedes.

E se eu soubesse o que sei hoje…

José Niza

16/09/2009

At http://www.oribatejo.pt/

Mil e duzentas pessoas estão a trabalhar na recarga de combustível de Almaraz

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Los trabajos en la unidad I de la central nuclear durarán 35 días, en los que se aprovechará para hacer tareas de mantenimiento

La Unidad I de la Central Nuclear de Almaraz fue desconectada de la red eléctrica a las 23.55 horas del pasado domingo para iniciar la recarga de combustible número 26.

El programa de trabajo tiene una duración de 35 días en los que se realizarán tareas de mantenimiento general, recarga de combustible y se continuará con el desarrollo de actividades conforme a requisitos asociados a la autorización de explotación.

Para esta recarga se cuenta con los servicios de más de 70 empresas especializadas que emplearán a más de 1.200 trabajadores adicionales a la plantilla habitual de la central, la mayoría de Extremadura.

Estos profesionales, según informó la central de Almaraz en nota de prensa, han recibido la formación adecuada a las actividades a realizar en la planta enfocada a la prevención de riesgos laborales y a evitar el error humano en la ejecución de los trabajos programados.

Entre las actividades programadas para esta vigésimo sexta recarga destacan la inspección visual y por ultrasonidos de las toberas de la vasija y el mantenimiento de la turbina de agua de alimentación auxiliar y de la bomba de agua de alimentación principal, así como la revisión de la turbina de baja presión y la inspección de la excitatriz.

La Central de Almaraz tiene una producción de energía eléctrica bruta acumulada de más de 526.000 millones de kilovatios/hora (kWh). La producción bruta conjunta anual de las dos unidades de central nuclear de Almaraz hasta junio de 2018 ha sido de 8.150 millones de kWh y la producción neta conjunta ha sido de 7.860 millones de kWh.

Estos datos suponen entre el 25% y 30% de la energía generada por el conjunto de las centrales nucleares de España y el 6% del total de la energía consumida en España.

Según la instalación, el último informe de la Asociación Mundial de Operadores Nucleares (WANO), sitúa a la Unidad I como líder en el ranking de fiabilidad de las centrales europeas –sobre un total de 134 reactores– y a la Unidad II en el décimo lugar.

Añade la central nuclear de Almaraz que genera más de 800 empleos directos en su área de influencia, una cifra que se eleva a 2.900 teniendo en cuenta los empleos indirectos e inducidos.

«Con un riguroso sistema de control basado en evaluaciones externas y auditorias, la central de Almaraz es una instalación de referencia mundial en continuo proceso de mejora de su seguridad, actualización y modernización tecnológica», aseveró en la nota de prensa.

At https://www.hoy.es/

As novas rotas aéreas desde Badajoz iniciaram este Domingo

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Ir y venir a Madrid (y viceversa) en el mismo día. Y ofrecer las garantías necesarias para que el aeropuerto pacense siga teniendo actividad. Además, una mejora en los precios, ya que las tarifas por trayecto (de ida o de vuelta) no podrán superar los 90 euros en el caso de la capital madrileña y los 110 euros si el destino es Barcelona. Serán las nuevas condiciones de los vuelos desde el aeropuerto de Badajoz a partir de este domingo, cuando ya entre oficialmente en vigor la OSP (Obligatoriedad de Servicio Público).

Habrá 11 vuelos semanales entre Badajoz y Madrid. Serán dos frecuencias al día de lunes a viernes y una el domingo. Las salidas desde Badajoz son a las 9.05 y a las 19.55 (esta también funciona el domingo). Desde Madrid, a las 7.30 y a las 18.15 (también el domingo).

En el viaje Badajoz-Barcelona, se mantendrán los cuatro vuelos de ida y vuelta semanales. Los horarios desde Badajoz son: martes a las 19.40, jueves a las 13.30, viernes a las 16.00 y domingo a las 9.40. Desde Barcelona, martes y jueves a las 11.15, viernes a las 7.40 y domingo a las 7.30 horas.

At https://www.lacronicabadajoz.com/

Triângulo Portalegre, Castelo de Vide, Marvão vencem Orçamento Participativo 2018

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Entre os vencedores da II Edição do Orçamento Participativo 2018 a região do Alentejo foi contemplada com três projectos. No distrito de Portalegre o projecto “Marvão, Academia” vai ser implementado em três municípios: Castelo de Vide, Marvão e Portalegre. A iniciativa tem por objectivo convidar professores e músicos de grande distinção, de todo o mundo, e os ensaios e concertos teriam lugar nos castelos, igrejas e outros locais de interesse arquitectónico destes concelhos.

Adelaide Teixeira, Presidente do município de Portalegre, salientou que “esta iniciativa permite potenciar as instituições ligadas à música existentes no distrito.”

António Pita, Presidente da Câmara Municipal de Castelo de Vide, salientou “as dinâmicas culturais que se têm vindo a criar a partir desta iniciativa”.

O projecto “Marvão, Academia” conta com um orçamento de 250 mil euros.

At https://radioelvas.com/

Mais 40 empregos para Vila Velha de Ródão

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Em 10 anos foram criados 500 postos de trabalho no concelho…

O primeiro-ministro, António Costa e o ministro-adjunto e da Economia, Pedro Siza Vieira, presidiram à inauguração da Roclayer, uma nova unidade industrial dedicada à produção de soluções protetoras para a conceção de embalagens e complexos revestidos.

A empresa produz compostos especiais, essencialmente à base de papel e outras matérias renováveis, que visam criar a proteção e barreira necessárias para garantir a qualidade dos produtos embalados.
Simão Rocha, proprietário desta nova unidade, voltou assim a Vila Velha de Ródão depois de ter sido o impulsionador da fábrica de papel tissue, também ali instalada. Cabe a esta nova unidade, entre outros aspetos, “produzir produtos que ainda não foram inventados, reduzir a utilização dos plásticos e utilizar mais papel como barreira de proteção de produtos”, descreveu o proprietário. Esta nova unidade industrial vai, para já, criar 40 postos de trabalho, num investimento que rondou os 25 milhões de euros, em terrenos cedidos pela autarquia.

Os investimentos feitos e empregos criados em dez anos foram o mote para Luís Pereira, presidente da Câmara Municipal de Vila Velha de Ródão, destacar o papel da autarquia que “percebeu a importância destes investimentos para o desenvolvimento do concelho e da região”. Com recurso, essencialmente a capitais próprios, “em dez anos conseguimos atrair 500 postos de trabalho para o concelho. Nos últimos quatro temos investimento privado de mais 200 milhões de euros, ou seja 50 mil euros de investimento privado/habitante”, sublinhou o autarca.

O aumento de 9% do investimento privado no país, em 2017, foi um dos aspetos realçados pelo primeiro-ministro, António Costa, adiantando que, com a reprogramação do Portugal 2020 há mais cinco mil milhões de euros “nos próximos anos para que possam continuar a investir”, numa ação que destacará o interior, já que “desses 5 mil milhões, 1700 milhões só podem ser utilizados por empresas que invistam no interior”, disse. António Costa confirmou assim que esta zona do país “é um enorme desafio que temos” e “um enorme potencial que o país tem e que está por aproveitar”.

Nesta cerimónia participou igualmente o ministro-adjunto e da Economia Pedro Siza Vieira. No seu primeiro discurso enquanto titular desta pasta aproveitou para falar da importância que este governo tem dado à valorização do interior, majorando as candidaturas do setor privado que aqui investe. “Conseguimos que 1800 milhões de euros se localizassem no interior. E porque essa aposta tem sido correspondida pelo setor privado decidimos, na reprogramação do Portugal 2020, dedicar apenas ao interior sistemas de incentivos que permitirão apoiar mais 1700 milhões de euros até ao final deste quadro Europeu”, vincou.

At http://www.radiocondestavel.pt/

O Interior é “enorme oportunidade que está por explorar”

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O primeiro-ministro discursava no final de uma visita à Coficab, em Vale de Estrela, Guarda, onde assistiu ao lançamento de um projeto de investimento avaliado em 38,1 milhões.

O primeiro-ministro, António Costa, considerou hoje na Guarda que o Interior do país “não é um fardo” nem um problema, mas antes a “enorme oportunidade que está por explorar”.

“Quando no Interior tivermos tanto crescimento como aquele que temos no Litoral, o país terá duplicado a sua capacidade de crescer. E essa é a oportunidade que nós temos”, disse António Costa.

O primeiro-ministro discursava no final de uma visita à empresa Coficab, em Vale de Estrela, Guarda, onde assistiu ao lançamento de um projeto de investimento avaliado em 38,1 milhões de euros.

“E, por isso, eu digo que o Interior não é um fardo, o Interior não é um problema. O Interior, pelo contrário, é a enorme oportunidade que está por explorar. E é essa exploração que nós temos que fazer e que temos que agarrar e que temos agora a oportunidade de fazer”, rematou.

No seu discurso, referiu que olhando para o mapa nacional, a realidade diz “que o enorme potencial que o país tem por aproveitar, que não tem aproveitado ao longo de décadas, é precisamente” o Interior.

“E, portanto, se queremos crescer, é toda esta faixa que vem desde o barrocal algarvio até à fronteira de Trás-os-Montes com a Espanha, que nós temos de ser capazes de mobilizar, de valorizar, e ajudar a fazer o país crescer, assumiu.

No entanto, segundo o líder do Governo, “para fazer não basta falar, não basta ter um secretário de Estado para a Valorização do Interior”.

“É preciso termos políticas concretas e integradas que permitam essa valorização do Interior”, rematou.

António Costa lembrou ainda que o Governo que lidera procedeu à reabertura de mais de 20 tribunais que tinham sido encerrados, à criação de Lojas do Cidadão no Interior e já procedeu a “uma primeira intervenção nas portagens”.

Disse ainda que o grande investimento que está atualmente a ser feito na ferrovia é na Linha da Beira Alta e na Linha da Beira Baixa, também no Interior do país.

Segundo António Costa, apoiar as empresas, a internacionalização, a valorização do Interior e a inovação, significa “mais empresas” e “mais emprego”.

O primeiro-ministro presidiu hoje na Guarda à assinatura de um contrato de incentivos fiscais ao projeto de investimento da fábrica Coficab.

Com o desenvolvimento deste projeto, segundo o executivo – em que a empresa beneficiará de um crédito fiscal em sede de IRC de 20% e isenção em sede do Imposto do Selo até ao montante máximo de 5,7 milhões de euros – serão criados mais 129 postos de trabalho até 31 de dezembro de 2022, bem como se garante a manutenção dos atuais 492 empregos.
Na sessão, Hichem Elloumi, presidente do Grupo Coficab disse que “a Guarda é muito especial” para a empresa e assumiu que, com o investimento a realizar, “o futuro da indústria automóvel é escrito na Guarda”.

O ministro da Adjunto e da Economia, Pedro Siza Vieira observou que a unidade fabril “é líder mundial no setor em que trabalha”.

A comitiva do primeiro-ministro foi recebida com um protesto da FENPROF, com os manifestantes a gritarem palavras de ordem e a empunharem cartazes com mensagens como “O tempo de serviço não se negoceia – conta-se” e “Basta de desvalorização! Professores exigem respeito”.

At https://beira.pt/

Autarcas do distrito (nem todos) foram a Lisboa lutar pelo Pisão

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A Barragem do Pisão já foi anunciada por três primeiros-ministros, Mário Soares, António Guterres e Durão Barroso, mas continua por construir.

Os autarcas do distrito de Portalegre afirmaram-se nesta terça-feira confiantes na construção da Barragem do Pisão, no Crato, num investimento de 100 milhões de euros, depois de uma reunião com os ministros do Ambiente e da Agricultura.

A concretização do projecto hidroagrícola, reivindicado há dezenas de anos por diversos sectores regionais, foi discutida, na segunda-feira, em Lisboa, numa reunião solicitada ao Governo pela Comunidade Intermunicipal do Alto Alentejo (CIMAA).

“Estamos confiantes que a barragem vai avançar. Só o perímetro de rega é de 9.500 hectares, que serviria uma série de concelhos”, disse nesta terça-feira à agência Lusa o presidente da CIMAA, Ricardo Pinheiro, referindo que o projecto constitui também como um “reforço” à Barragem de Póvoa e Meadas, em Castelo de Vide, que abastece oito dos 15 municípios do distrito.

“Estamos confiantes que a barragem vai avançar. Só o perímetro de rega é de 9.500 hectares, que serviria uma série de concelhos”, disse nesta terça-feira à agência Lusa o presidente da CIMAA, Ricardo Pinheiro, referindo que o projecto constitui também como um “reforço” à Barragem de Póvoa e Meadas, em Castelo de Vide, que abastece oito dos 15 municípios do distrito.

Além dos ministros do Ambiente e da Transição Energética, João Pedro Matos Fernandes, e da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural, Luís Capoulas Santos, participaram na reunião os presidentes dos municípios do Crato, Campo Maior (também líder da CIMAA), Portalegre, Avis, Fronteira, Sousel, Alter do Chão e Castelo de Vide e os deputados eleitos por Portalegre, Luís Moreira Testa (PS) e Cristóvão Crespo (PSD).

Segundo o presidente da Câmara do Crato, Joaquim Diogo, o Ministério da Agricultura “assume o valor da rede de rega na totalidade”.

“Os autarcas assumiram o contributo, até ao limite, para a transferência das pessoas que vivem na aldeia do Pisão e parcelamento do terreno e o Ministério do Ambiente compromete-se em liderar todo este processo e o valor do investimento público quanto à água”, disse à Lusa o autarca do Crato, concelho para onde está projectada a barragem.

O projecto hidroagrícola de fins múltiplos, que prevê à submersão da pequena aldeia do Pisão, com 60 habitantes, foi recentemente alvo de um estudo da Associação de Produtores Agrícolas de Precisão e que foi apresentado ao Governo.

Segundo o estudo, a que a Lusa teve acesso, a obra deverá ter um custo total de 100 milhões de euros, cinco milhões dos quais para o projecto de execução e 10 milhões para o realojamento dos habitantes da aldeia de Pisão.

O estudo prevê ainda 35 milhões de euros para a construção da barragem e 50 milhões para a rede de rega.

Já a CIMAA prevê que a barragem possa ter uma capacidade para 114 milhões de metros cúbicos de água, podendo, além de “reforçar” a Barragem de Póvoa e Meadas, “garantir” o subsistema do Caia, que abastece os concelhos de Arronches, Elvas, Campo Maior e Monforte.

Os 9.500 hectares de regadio serviriam os campos agrícolas dos concelhos de Alter do Chão, Avis, Crato e Fronteira, podendo, neste sector, serem criados “500 postos de trabalho” directos, segundo os autarcas.

“Neste bolo todo [100 milhões de euros] faltam cerca de 25 milhões de euros, que têm de entrar através do Orçamento do Estado”, referiu o presidente da Câmara do Crato, realçando que, na reunião de segunda-feira, “o ministro do Ambiente chamou o processo a ele, em coordenação com a Secretaria de Estado da Energia”.

Joaquim Diogo considerou ainda que “o mais importante” da reunião foi o sentimento por parte dos autarcas de um “compromisso” dos ministros, situação que não se verificava anteriormente.

A Barragem do Pisão já foi anunciada por três primeiros-ministros, Mário Soares, António Guterres e Durão Barroso, mas continua por construir, sendo considerada por diferentes entidades da região como um projecto “estruturante” para o desenvolvimento do distrito de Portalegre.

At https://www.publico.pt/

Artigo de opinião: “Se bem me lembro… (1)”

Duarte Caldeira Ferreira image_content_265013_20161020205526A democracia deveria ter chegado à Madeira com o 25 de Abril de 1974 através da revolução dos cravos. Viveram-se alguns tempos de esperança, até que através dum ato democrático surgiu a primeira Assembleia Regional da Madeira e por consequência o primeiro Governo Regional da Madeira presidido pelo eng.º Ornelas Camacho com a duração de cerca de um ano e meio. Aí logo sentimos na pele que a democracia não teria assim implantação tão fácil como pensávamos, pois faltavam os ovos. Estou a recordar-me do dia 18 de Abril de 1977, em que o Presidente do Governo Regional mandou a Polícia de Choque carregar em cima dos trabalhadores de Hotelaria, junto à entrada da Assembleia e eu, que vinha a sair, pois tinha tido uma reunião, também apanhei umas cacetadas sem saber ler nem escrever, como costuma dizer-se. Que me recorde foi este o primeiro sinal da “nova democracia”.

Um mês e uma semana depois, sensivelmente, depois de uma sessão mais dura Assembleia Regional, pois era deputado eleito pelo PS, meu partido de ideias e de coração, fui ameaçado pelo então líder parlamentar do PPD, de nome Alberto João Jardim. No fim de semana anterior tinha participado numa reunião da Comissão Nacional do PS em Portalegre e fiz uma intervenção denunciando as perseguições de que eram vitimas os membros da oposição na Madeira, através da colocação de bombas e de carros incendiados. No fim de semana seguinte, fui contemplado com o meu carro e o da minha mulher incendiados na mesma noite, entre as quatro e as cinco da manhã….Nessa mesma noite outro militante também viu o seu carro incendiado, o presidente da Juventude Socialista da Madeira de então. Muitos foram os elementos da oposição que viram as chamas e as bombas tomarem conta das suas viaturas, sem que a Polícia Judiciária fizesse qualquer investigação a sério. Houve mortes estranhas, como um enforcamento na cadeia, um membro do CDS que morreu com uma bomba na mão na Ilha do Porto Santo. Veio, clandestinamente um elemento da Judiciária de Lisboa fazer investigações na Madeira, com a ajuda de alguns democratas….Infelizmente foi descoberto esse agente e teve que sair à pressa pois estavam a tratar do seu desaparecimento…

Foi um período muito conturbado, pois quem era da oposição não se sentia em segurança, nem ele, nem a família, pois houve telefonemas a ameaçar que raptariam os seus membros. Alguns saíram da Madeira, outros mudaram-se para o PPD e outros abandonaram a política, mas houve os chamados resistentes que se aguentaram firmes e enfrentaram de peito aberto a ditadura que se vivia então, que foi designado pelo “deficit democrático”.

Entretanto o Governo Regional demitiu-se e a 16 de Março de 1978 Alberto João Cardoso Jardim assume a sua Presidência, depois de dizer que se fosse para o governo as bombas acabariam. Esta foi a maior verdade dita por aquele Governante Regional durante os seus quase quarenta anos de governante na Madeira…Curiosamente eu fui chamado à judiciária “a convite” do seu superior máximo na Madeira, porque no dia em que incendiaram o meu carro e o da minha mulher, disse à Comunicação Social que o responsável seria o Líder da bancada do PPD, devido ao ataque cerrado e violento que me fez no parlamento Regional e este participou de mim….Como soube qual era o tema, preparei-me para enfrentar “a justiça”. Quando lá cheguei o Inspetor pediu-me para aguardar um pouco porque o Dr. Alberto João Jardim estaria a chegar e queria prestar declarações antes de mim, porque teria uma proposta para me apresentar!!!! Estava com o meu advogado madeirense e ele aconselhou-me que aceitasse, pois poderíamos ficar com mais algumas “armas” no nosso lado. Chegou o chefe, com o seu ar importante, cumprimentou e entrou para o gabinete do inspetor. Passado algum tempo saiu e disse-me que tinha deixado uma proposta para mim….Entrei e ouvi a proposta: “ O Dr. Alberto João jardim, tinha feito uma participação contra mim por difamação (ou qualquer coisa assim no género), mas se eu dissesse à comunicação Social que tinha feito aquelas afirmações debaixo de um certo nervosismo e que lhe pedia desculpa” Obteve como resposta minha o seguinte: “Senhor inspetor lamento estar sujeito a este tipo de coisas e a minha resposta é não e declaro que são meus advogados o Dr. Alcino Barreto e o Dr. Francisco Salgado Zenha. Mais, qualquer assunto que queiram tratar comigo, agradecia que o fizessem através da Assembleia Regional, pois o Estatuto do Deputado assim o exige”….Estas declarações foram passadas à comunicação Social e passados dois dias o denunciante retirou a queixa e meteu o rabo entre as canelas….Porquê?

Duarte Caldeira Ferreira

At http://www.dnoticias.pt/