Crónica: O desporto é o maior factor de desenvolvimento económico das regiões

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O desporto é o maior fator de desenvolvimento economico das regiões e nós não poderíamos deixar passar em claro o segundo jogo da Final do Play-Off do Campeonato Distrital de Futsal do Distrito de Portalegre, entre as Equipas dos concelhos de Sousel e Portalegre.

União Desportiva do Concelho de Sousel, ou Centro Cultural e Desportivo de Reguengo, ascenderá ao Campeonato Nacional da Segunda divisão na próxima temporada, promovendo o nome de uma região; o Alto Alentejo, a todo o País, juntando-se assim ao Eléctrico Futebol Clube que tão bem tem representado a cidade de Ponte de Sor e a região Alentejo, estando esta época apenas a uma vitória da subida à Liga SportZone, ou seja, o topo da modalidade em Portugal.

A prática desportiva e a atividade física é uma preocupação social emergente, cada vez mais generalizada, materializada no objetivo de proteger a saúde, melhorar a aptidão física e melhorar os comportamentos sociais e o bem-estar.

Este investimento na cultura física e desportiva das várias gerações está comprovado em evidência científica que demonstra uma relação direta com o desempenho  físico e psicológico e a melhor qualidade de vida de jovens e adultos.  Os indivíduos envolvidos na prática do desporto apresentam melhores índices de aptidão física, obtendo consequentemente melhores resultados académicos. Num contexto atual, constata-se também uma procura crescente de formação ao nível do ensino superior e das profissões ligadas às práticas do desporto; treinadores de desporto, ou fisiologistas do exercício.

É urgente que se adotem medidas e políticas de incentivo à prática de atividades de competição regular. Futebol, Futsal, Basquetebol, Atletismo, Rugby, Natação e muitas outras modalidades, quer em escalões de formação, quer em escalões seniores, todas elas elevam o bom nome de uma região e são o maior motor de dinamização económico, embora custe admitir a muitos. A prática do exercício físico implica, consequentemente, a  melhoria de qualidade de vida e aquisição e implementação de bons hábitos sociais e tem um papel preponderante no desenvolvimento económico/financeiro. Um investimento social, com um enorme retorno a médio e a longo prazo, com um incremento evidente nas economias locais e que poderia poupar milhares de euros por pessoa em custos de saúde pública.

At http://tvguadiana.pt

Opinião: “o silêncio do Estado”

raquel-varela_1349828739O que assistimos em matéria de alegados crimes cometidos por Sócrates, Salgado, Pinho, Dias Loureiro e tantos e tantos é moralmente intolerável, é talvez uma das maiores crises que o Estado viveu nestes anos – a pouco e pouco vão saindo notícias que dão conta, a se provar, de um assalto ao Estado da classe política associada ao Bloco Central. O mesmo Bloco Central que se faz agora de morto, e sem passado, dizendo “que cabe à justiça julgar”, como se este não fosse um caso de regime e apenas “mais um como tantos processos”. Não é mais um – é o processo. É verdade que cabe à justiça julgar. Mas a justiça não é só a aplicação da lei. Há uma ética que convoca os partidos a pedirem desculpas ao país pela – alegada – quadrilha que o colocaram a gerir. Não descansem na opinião publicada. A opinião pública está furiosa – não saio à rua sem que várias vezes por dia, idosos, trabalhadores de vários sectores e pequenos empresários me abordem dizendo “isto é uma vergonha”, “que roubalheira”, “já não acredito em nada”. O Correio da Manhã vende crime, e sexo, mas também espelha os sentimentos populares que não têm expressão na imprensa mainstream porque o popular em Portugal é tido como ignorante. Muitas vezes é, o nível cultural médio do país é baixo, do CM é mais baixo. Mas uma pessoa pode ouvir Quim Barreiros e isso não a impede de saber o que custa trabalhar e por isso em quando foi roubada. A população em larga escala sente-se, com razão, despeitada.

O silêncio não vai ocultar o estrago social que isto fez no regime e no Estado; o nosso silêncio, até que, em 2076, 2089, tudo seja esclarecido, não vai ajudar a resolver nada. Como um amigo dá 2 mil euros a outro por dia, e outro carrega 2 milhões para um offshore? Sim, como? Como é possível que a maioria das pessoas deste país, mais de 80%, viva do trabalho sem nunca conseguir mais do que com sacrifício aguentar a família, e as pequenas empresas que se esgotam para pagar contas e alguém entra e sai da política, alegada e visivelmente, milionário? Não nos chocarmos com isto porque nos indignamos com o processo – e eu fui e sou crítica da forma – é cairmos no vazio formal. Desculpo-me por ter de certa forma caído na armadilha que nos jogaram estes meses – fazer do MP e do processo o alvo e da forma o problema. O nosso problema fundamental é político. É aí que a forma engendra o conteúdo e que os impostos para pagar o SNS acabam a pagar paraísos fiscais e casas de férias – em lugares ainda mais pirosos do que a música do Quim Barreiros.

Raquel Varela