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Cláudia André critica “política de ziguezague” dos governos socialistas sobre a Central Nuclear de Almaraz

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Cláudia André, deputada do PSD eleita pelo distrito de Castelo Branco, questionou o ministro do Ambiente e da Ação Climática, na Comissão de Ambiente, Energia e Ordenamento do Território, sobre a Central Nuclear de Almaraz.

Destacando a proximidade da Central de Almaraz da região albicastrense, a social-democrata criticou o facto de o Governo de José Sócrates não ter conseguido “evitar a renovação da licença até 2020”, situação que se repete com “o Governo de António Costa, que não consegue evitar a renovação da licença até 2028”, como se lê em nota enviada à nossa redação. Para a deputada, “a acrescentar a todos estes fracassos da diplomacia do Governo português, está a instalação do armazém de resíduos nucleares em Almaraz, construído nestes últimos dois anos, e que não se conseguiu evitar”.

Cláudia André referiu-se aos “69 incidentes na última década, alguns dos quais contaminaram as águas do Tejo”. Assim, a deputada afirma que a “política de ziguezague do Governo sobre este tema revela a ausência de estratégia relativamente à abordagem com o Governo espanhol, bem como uma ausência de preocupação, não só, com as populações do distrito de Castelo Branco, Portalegre e Santarém como também com todo o território da bacia hidrográfica do tejo”.

Cláudia André considera mesmo que “existe uma declarada contradição entre a estratégia diplomática e uma estratégia energética nacional, nomeadamente em relação ao recuo ou à não prioridade nas interligações energéticas com Espanha”.

Lamentando que o Governo não tenha conseguido evitar o prolongamento da vida da central nem evitar a construção do aterro de resíduos radioativos, a deputada do PSD quis saber que vantagens o Governo português terá conseguido para Portugal, a fim de compensar os riscos iminentes.

At http://www.radiocastelobranco.pt/

Opinião: “A propósito do aquecimento global”

Antonio Galopim 47283315_1965290887110757_4041598512259923968_nNo momento presente, em que anda muita gente a “dizer coisas”, sobre o aquecimento do planeta o degelo dos glaciares e a subida do nível do mar, em que uns agridem, outros defendem a jovem sueca Greta Thunberg, a verdade, goste-se ou não, ela é o rosto de um movimento, estou em crer imparável, que já mobilizou os adolescentes (e não só) à escala mundial.
A começar, devo dizer que poio e acredito em toda esta dinâmica de juventude à escala mundial, desejando que ela envolva igualmente a luta bem mais necessária e urgente contra a destruição das florestas, a poluição do ar, das águas marinhas e fluviais, dos solos e a destruição galopante dos recursos naturais. Se quisermos reflectir, séria e profundamente, nesta mais do que real ameaça global, a sociedade dita de desenvolvimento vai ter, a partir de agora, de se mentalizar para, a curto prazo, mudar a forma de consumir, de agredir e de conspurcar a Natureza, em suma, a forma de viver.

Relativamente a este processo, que se me afigura demasiadamente politizado, é minha convicção que a actividade antrópica, com influência no clima, não se sobrepõe, em especial, às do Sol e do vulcanismo. Penso pois que, mesmo sem a poluição atmosférica, da nossa responsabilidade, nomeadamente a relativa às emissões de dióxido de carbono e outros gases com efeito de estufa (que existe e é um facto comprovado), o Planeta irá aquecer nos próximos milhares de anos e registar fenómenos atmosféricos como os que nos tem vindo a mostrar (chuvadas e cheias catastróficas, furacões, tornados e outros), associados a inevitável subida do nível do mar.

Vale, pois, a pena reflectir sobre o que tem sido o sobe e desce da temperatura do planeta, à escala global, e o consequente sobe e desce do nível geral da superfície do mar nos derradeiros milhares de anos. Nos últimos dois milhões de anos da história da Terra foram registadas seis grandes glaciações intercaladas por períodos de aquecimento global, ditos interglaciários, no pico dos quais os níveis do mar subiram muito acima do nível actual. A mais recente destas seis glaciações, ocorrida entre há 80 000 e 10 000 anos, conhecida por Wurm, na Europa, e por Wisconsin, na América do Norte, não será certamente a última, e nós estamos a viver um período de aquecimento interglaciário, entre esta e a previsível próxima glaciação, daqui a uns bons milhares de anos. Assim sendo, com ou sem gases com efeito de estufa de origem antrópica, libertados para a atmosfera, a temperatura global vai elevar-se e, em consequência do inevitável degelo, o nível do mar vai subir e muito
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Há cerca de 18 000 mil anos, no Paleolítico, já as mais antigas gravuras rupestres se disseminavam pelas paredes rochosas do Vale do Côa, atingia-se o máximo de rigor e de extensão da última glaciação do Quaternário, a atrás referida Würm. Restringindo-nos ao hemisfério Norte, a calote glaciária em torno do Pólo, espessa de dois a três milhares de metros, alastrava até latitudes que, na Europa, atingiam o norte da Alemanha, deixando toda a Escandinávia submersa numa imensa capa de gelo, capa que cobria igualmente grande parte da Sibéria, todo o Canadá e a Gronelândia. No Pólo Sul a respectiva calote extravasou, e muito, os limites do continente antárctico, alastrando sobre o oceano em redor e cobrindo a parte meridional da América do Sul.
No Atlântico Norte, a frente polar, ou seja, o encontro entre as águas polares, com icebergs à deriva, e as águas temperadas, situava-se à latitude da nossa costa norte, entre Aveiro e o Porto. O nível do mar estaria, ao tempo, uns 140 metros abaixo do actual, pondo a descoberto uma vasta superfície, hoje submersa, levemente inclinada para o largo e que corresponde à actual plataforma continental. Da linha de costa de então descia-se rapidamente para os grandes fundos oceânicos, com 4 a 5 mil metros de profundidade. A temperatura média das nossas águas rondaria, então, os 4ºC.
As Serras da Estrela e de Gerês, à semelhança de outras montanhas no país vizinho, tinham os cimos permanentemente cobertos de gelo, desenvolvendo processos de erosão próprios dessa situação climática, cujos efeitos ainda se podem observar em importantes testemunhos, com destaque para o vale glaciário do Zêzere.
relevos menos proeminentes, mais a sul e menos afastados do litoral como, por exemplo, as serras calcárias do Sicó, Aires, Candeeiros e Montejunto, encontram-se ainda, da mesma época, vestígios bem conservados e evidentes de acções periglaciárias. Desses vestígios sobressaem certas coberturas de cascalheiras soltas, brechóides, sem matriz argilosa, essencialmente formadas por fragmentos de calcário muito achatados e angulosos, em virtude da sua fracturação pelo frio, que deslizaram ao longo das vertentes geladas, destituídas de vegetação e de solo, e se acumularam na base desses declives. A conhecida pincha de Minde teve a sua origem nesta altura e através deste processo.

A partir de então verificou-se uma importante melhoria climática e consequente degelo. A temperatura sofreu uma elevação gradual e as grandes calotes geladas começaram a fundir e a retrair-se, debitando nos oceanos toda a imensa água até então aprisionada. Em consequência, o nível geral das águas iniciou a última grande subida e mais uma invasão das terras pelo mar, conhecida por transgressão flandriana. Praticamente, todos os rios portugueses, do Minho ao Guadiana, terminam em estuários, que não são mais do que vales fluviais escavados durante esta última glaciação e posteriormente invadidos pelo mar, no decurso desta transgressão.
Pelos estudos realizados na nossa plataforma continental sabemos que, há uns 12 000 anos atrás e na continuação do degelo global, o nível do mar coincidia com uma linha aí bem marcada, à profundidade de 40 metros. Uns mil anos mais tarde, a tendência geral de aquecimento generalizado foi perturbada por uma crise de arrefecimento à escala mundial.

Uma explicação para esta interrupção, relativamente brusca, no processo de aquecimento global que se vinha a verificar há alguns milhares de anos, pode encontrar-se na presunção de que, durante a glaciação, se formaram lagos enormíssimos no continente norte-americano, mantidos por grandes barreiras de gelo, que teriam recebido águas de cerca de oito mil anos de degelo nessa área da calote gelada. Admite-se que, tendo descongelado as barreiras que sustinham esses lagos, toda a água doce aprisionada desaguou no Atlântico Norte, desencadeando a brusca congelação da superfície do mar e a consequente mudança climática com reflexos à escala global. Saiba-se que água doce congela a uma temperatura mais elevada do que a água salgada do mar.

Na sequência, os glaciares não só interromperam o degelo, como reinvadiram as áreas entretanto postas a descoberto. Em resultado desta nova retenção das águas, o nível do mar desceu de um valor estimado em 20 metros e assim permaneceu durante cerca de mil anos. A frente polar, que recuara até latitudes mais setentrionais, avançou de novo e atingiu o paralelo da Galiza, pelo que as temperaturas das nossas águas voltaram a descer, rondando os 10ºC. No final deste episódio de inversão climática, a que se dá o nome de Dryas recente, há 10 000 anos, a transgressão retomou o seu curso. O clima tornou-se mais quente e mais chuvoso, entrando-se no que designamos por pós-glaciário. Há 6 a 7 mil anos, a temperatura média, na nossa latitude, atingia cerca de 3 ºC acima dos valores normais no presente. Foi o recomeço da subida generalizada do nível do mar, que se vinha a verificar desde o início do degelo, à razão de cerca de 2 cm por ano, em valor médio, embora a ritmo não constante e com algumas oscilações. Este episódio, conhecido por Óptimo Climático, coincidiu, em parte, com o Mesolítico português, estando bem exemplificado nos magníficos concheiros de Muge, no Ribatejo.

O nível marinho actual começou a ser atingido há cerca de 5000 anos, em pleno Megalítico ibérico, iniciando-se, então, o que é corrente referir como Período Climático Subatlântico, marcado por relativa humidade. A partir de então verificaram-se pequenas oscilações na temperatura, marcadas por moderadas e curtas crises de frio, com correspondentes recuos do mar, designados por Baixo Nível Romano, há 2000 anos, Baixo Nível Medievo, em plena Idade Média (séculos XIII e XIV) e Pequena Idade do Gelo, nos séculos XVI a XVIII, bem assinalada na Europa do Norte pelo congelamento de rios e lagos, situações relacionadas com a ocorrência de grandes cheias primaveris, resultantes do degelo nas montanhas, bem testemunhadas em pinturas da época. Posteriormente a esta crise de frio a temperatura do planeta subiu e vai, muito provavelmente continuar a subir, para os níveis actuais, mesmo sem a ajuda das emissões antropogénicas do agora tão falado dióxido de carbono e dos outros gases com efeito de estufa.

A tarefa não é fácil e, repetindo o que disse no início, se quisermos reflectir, séria e profundamente, nesta mais do que real ameaça global, a sociedade dita de desenvolvimento vai ter, a partir de agora, de se mentalizar para, a curto prazo, mudar a forma viver e de consumir, deixando de agredir e de conspurcar a Natureza.

António Galopim de Carvalho

At https://www.facebook.com/

Opinião: “O fantasma de Salazar e o Reitor da Universidade de Coimbra”

Raquel 10464109_10202306149190196_3394916574196011546_nO Reitor da Universidade de Coimbra não decidiu excluir a carne de vaca. Decidiu que quem tem menos dinheiro vai deixar de comer carne de vaca. As cantinas são os locais onde os filhos das classes pobres e médias empobrecidas comem. Quem tem dinheiro vai continuar a comer carne, do lombo. Os filhos de quem pode, como os meus, irão comer carne do lombo, de qualidade, bio. No norte da Europa já se serve carne bio em algumas universidades por onde ando. Em Portugal acaba-se com a carne. A periferia não é verde, é inexistente. Na verdade a medida do reitor é análoga à generalização dos parquímetros, uma privatização do espaço público. Quem tem dinheiro continua a ter acesso à cidade por carro. Estas medidas não são ecológicas, são classistas. Ecologia era transportes públicos das zonas pobres para o centro. Ecologia era subsidiar na Escola Agrária da Universidade produção de agricultura biológica e fornecer nas cantinas para que pelo menos algumas vezes pudessem comer proteína de qualidade. Ecologia era um Reitor defender a agricultura sustentável ser cada vez mais subsidiada. Assim o reitor o que fez foi reduzir a despesa da Universidade de Coimbra que agora vai oferecer frango de aviário, um mutante que nem frango devia chamar-se. Também vai ficar bem nas contas gerais da Universidade servir na cantina (paga com os nossos impostos) soja geneticamente modificada – é a transição energética.

A “transição” está a relevar-se uma forma de privar ainda mais os mais pobres de tudo, irão pagar mais impostos verdes, estão privados da cidade “verde”, num subúrbio cinzento, vestem fibras horrorosas enquanto fabricam algodão natural de design inovador em fábricas super poluentes, e agora podem esperar esta moderna versão Jonet de “não de pode comer bifes todos os dias”. Tudo para o bem deles, como se sabe se os ricos não cuidassem dos pobres eles jamais saberiam o que fazer. Agora por exemplo, imagine-se!, querem comer bifes que fazem tão mal à saude e ao planeta…

Vou poupar-vos ao óbvio. A poluição é grave mas o mundo não está a acabar. É preciso medidas sérias, e não hipocrisia disfarçada de ciência. Comer carne em idades jovens, quando se estuda, é essencial ao cérebro. Nos colégios onde se formam elites dirigentes do mundo posso garantir-vos que a carne é biológica e do lombo. Comer muita carne faz mal, não comer nenhuma faz muito mal. Outro dado: um dos maiores estudos de saúde do mundo provou que a segurança no emprego e a autonomia podem aumentar 18 anos a esperança média de vida e o medo fazer cair a mesma 18 anos, pela produção de cortisol. Nada faz tão mal à espécie humana hoje como o medo da sobrevivência, condição em que vão estar a grande maioria dos jovens estudantes da Universidade de Coimbra quando entrarem no mercado de trabalho. Coisa que não preocupa o reitor. O fim do planeta para o Reitor é uma garantia, é o dilúvio bíblico que exige medidas radicais. Já o facto de que os que estudam na Universidade virem a ter empregos em que não chegam ao fim do mês, bom isso já não é bem uma certeza, nem diz respeito a um Reitor, que cuida do Planeta.

Que o PAN, que representa o ultra liberalismo verde, seja a favor comprende-se. O silêncio dos outros partidos, com algo tão fundamental quanto o que se serve de alimentação numa instituição pública, por nós financiada, é inexplicável.

Para compreender o mundo, e a atitude de um Reitor, é preciso saber teoria do valor. E o valor da teoria. Marx explicava que a tendência do capitalismo era para tornar vegetarianas as classes trabalhadoras, desde logo diminuindo a parcela de proteína a que têm acesso na reprodução da força de trabalho, vulgo salário. Os chineses perceberam bem isso – ali, nas fábricas, come-se arroz. E mais nada. Ainda vou assistir à glorificação do Estado Novo em plena Universidade de Coimbra, o fantasma do Salazar a rondar as salas escuras, de ilusão esverdeada – carne faz mal, melhor só no Natal.

Raquel Varela

At https://raquelcardeiravarela.wordpress.com/

Artigo de opinião: “O ambientalista simplório”

Luis RibeiroHá um certo tipo de ambientalista que quer sol na eira e chuva no nabal. Que não aceita menos do que um mundo perfeito. Um mundo com azeite barato, mas sem olivais intensivos; com carros elétricos, mas sem prospeção de lítio; com energias renováveis, mas sem barragens nem eólicas; com floresta, desde que seja a do Capuchinho Vermelho. Um mundo que não existe.

O ambientalista simplório quer acabar com os combustíveis fósseis. Quer energia limpa, sem emissões de gases com efeito de estufa. Mas não quer barragens, porque as barragens destroem ecossistemas. Não quer eólicas, porque as “ventoinhas” estragam paisagens e perturbam os animais. Não quer energia nuclear, porque produz lixo radioativo.

O ambientalista simplório quer florestas, porque precisamos de árvores para absorver dióxido de carbono da atmosfera. Mas quer escolher as árvores. Não quer eucaliptos, não quer floresta de produção. Quer a floresta do Capuchinho Vermelho, porque sempre viveu na cidade e julga que as florestas são assim. Quer dizer a cada proprietário o que pode plantar e ainda obrigá-lo a tratar do terreno, num serviço gratuito, abnegado, para benefício da “sociedade”.

O ambientalista simplório grita “oiçam os cientistas”, quando os cientistas lhe dizem o que ele quer ouvir. “Oiçam os cientistas: estamos a destruir o planeta com as alterações climáticas.” Mas, quando os mesmos cientistas dizem que “os transgénicos não fazem mal nenhum e podem ser uma mais-valia para o ambiente e para a humanidade”, o ambientalista simplório berra: “Os cientistas estão a soldo das multinacionais.”

O ambientalista simplório quer agricultura biológica, porque não gosta de “químicos”. Mas esquece-se de que tudo são químicos, do oxigénio que respira ao sulfato de cobre usado, tal como centenas de outros produtos “naturais”, na agricultura biológica. Esquece-se de que a agricultura biológica precisa de mais espaço, valioso espaço, para produzir a mesma quantidade que a agricultura convencional, e que esse espaço terá de ser ganho à custa da desflorestação.

RoselynCarr - Getty Images

O ambientalista simplório quer que toda a gente se torne vegetariana, ou vegan, e acabar com a produção animal. Mas ignora que sem produção animal todo o fertilizante usado para cultivar os seus vegetais terá de ser artificial, e “ai, Deus nos livre dos químicos”.

O ambientalista simplório quer acabar com os jardins zoológicos, porque, não, os animais não podem estar em cativeiro, fechados a vida toda num espaço limitado. Mas abre uma exceção para gatos e cães (e coelhos, vá), menos animais do que os outros. Esses podem viver quase desde que nascem até ao dia em que morrem trancados num apartamento de 50 metros quadrados, que é para o bem deles.

O ambientalista simplório é contra o desperdício alimentar. Mas não quer conservantes na comida nem delícias do mar nem nada que seja feito com restos de comida.

O ambientalista simplório só cozinha com azeite, essa oitava maravilha para a saúde. Mas vocifera contra os olivais intensivos no Alentejo. Produzir azeite em grande quantidade é a única forma de lhe baixar o preço e torná-lo acessível a todos? Os pobres que comam bolos.

O ambientalista simplório chora a morte de cada rinoceronte e tigre. Mas defende com unhas e dentes a medicina tradicional chinesa que está por trás da perseguição a rinocerontes e tigres, para fazer pós milagrosos com os seus cornos e ossos – porque as medicinas alternativas são naturais e, lá está, o que é natural é bom (desde que não seja sal, cogumelos venenosos, arsénio, amianto, mercúrio, antraz, urtigas, malária, raios ultravioletas, etc, etc, etc).

O ambientalista simplório faz campanhas para que se coma “fruta feia”, julgando que os agricultores mandam para o lixo tomates e maçãs que não interessam aos supermercados. Mas ignora que esses tomates e essas maçãs disformes se transformam em ketchup, sumos e outros produtos, que obviamente não são feitos com vegetais e fruta topo de gama.

O ambientalista simplório quer comer peixe. Mas não pode ser capturado no mar, porque a pesca não é sustentável, e não pode ser de aquacultura, porque tem antibióticos, e garantidamente não pode ser geneticamente modificado, porque viu um desconhecido no YouTube que dizia não sabe o quê, já não se lembra bem.

O ambientalista simplório quer que haja mais carros elétricos nas estradas. Mas é contra a prospeção de lítio, essa insustentável fonte de poluição do ar, dos solos, das águas, e escreve-o nas redes sociais, teclando furiosamente no seu telemóvel com bateria de lítio.

Luís Ribeiro

At http://visao.sapo.pt/

2.ª Greve Climática Estudantil

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No dia 15 de março, a Greve Climática Estudantil juntou cerca de 20 mil jovens estudantes que saíram às ruas de todo o país.

A Greve Climática Estudantil é um movimento internacional, pacífico, não violento, descentralizado, determinado, organizado e apartidário que se propõe a protestar a inércia dos governos quanto à questão das alterações climáticas, devido à urgência na elaboração de medidas de combate à crise climática que deve ser considerada uma prioridade em todas as agendas políticas!

No dia 24 de maio Castelo Branco faz pelo clima!!
A partir das 10 horas iniciamos a concentração junto à Praça Rainha Dona Leonor (Tílias) e a partir das 10:30h damos início à Manifestação com uma marcha em direção à Câmara Municipal!
Está na hora de fazer com que a TUA voz seja ouvida!

At https://www.facebook.com/greveclimaticaestudantilcb/

Mil e duzentas pessoas estão a trabalhar na recarga de combustível de Almaraz

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Los trabajos en la unidad I de la central nuclear durarán 35 días, en los que se aprovechará para hacer tareas de mantenimiento

La Unidad I de la Central Nuclear de Almaraz fue desconectada de la red eléctrica a las 23.55 horas del pasado domingo para iniciar la recarga de combustible número 26.

El programa de trabajo tiene una duración de 35 días en los que se realizarán tareas de mantenimiento general, recarga de combustible y se continuará con el desarrollo de actividades conforme a requisitos asociados a la autorización de explotación.

Para esta recarga se cuenta con los servicios de más de 70 empresas especializadas que emplearán a más de 1.200 trabajadores adicionales a la plantilla habitual de la central, la mayoría de Extremadura.

Estos profesionales, según informó la central de Almaraz en nota de prensa, han recibido la formación adecuada a las actividades a realizar en la planta enfocada a la prevención de riesgos laborales y a evitar el error humano en la ejecución de los trabajos programados.

Entre las actividades programadas para esta vigésimo sexta recarga destacan la inspección visual y por ultrasonidos de las toberas de la vasija y el mantenimiento de la turbina de agua de alimentación auxiliar y de la bomba de agua de alimentación principal, así como la revisión de la turbina de baja presión y la inspección de la excitatriz.

La Central de Almaraz tiene una producción de energía eléctrica bruta acumulada de más de 526.000 millones de kilovatios/hora (kWh). La producción bruta conjunta anual de las dos unidades de central nuclear de Almaraz hasta junio de 2018 ha sido de 8.150 millones de kWh y la producción neta conjunta ha sido de 7.860 millones de kWh.

Estos datos suponen entre el 25% y 30% de la energía generada por el conjunto de las centrales nucleares de España y el 6% del total de la energía consumida en España.

Según la instalación, el último informe de la Asociación Mundial de Operadores Nucleares (WANO), sitúa a la Unidad I como líder en el ranking de fiabilidad de las centrales europeas –sobre un total de 134 reactores– y a la Unidad II en el décimo lugar.

Añade la central nuclear de Almaraz que genera más de 800 empleos directos en su área de influencia, una cifra que se eleva a 2.900 teniendo en cuenta los empleos indirectos e inducidos.

«Con un riguroso sistema de control basado en evaluaciones externas y auditorias, la central de Almaraz es una instalación de referencia mundial en continuo proceso de mejora de su seguridad, actualización y modernización tecnológica», aseveró en la nota de prensa.

At https://www.hoy.es/

Mais de 100 na luta pelo encerramento da Central Nuclear de Almaraz

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Mais de uma centena de ambientalistas portugueses e espanhóis exigiram hoje que o novo Governo espanhol encerre a central nuclear de Almaraz, no decorrer de uma manifestação em Mérida, sudoeste de Espanha.

manifestação, convocada pelo Foro Extremeño Antinuclear, com o apoio do Movimento Ibérico Antinuclear (MIA), reuniu cerca de uma centena de ativistas, segundo números da polícia, junto ao Teatro Romano de Mérida, que acolhia uma iniciativa inserida nas comemorações do “Dia da Extremadura”.

Pedro Soares, deputado do Bloco de Esquerda e presidente da Comissão de Ambiente na Assembleia da República marcou presença no protesto e disse à agência Lusa que o novo quadro político que está em funções em Espanha, liderado por Pedro Sánchez (PSOE — socialista), deve “avançar rapidamente” para o encerramento daquela central nuclear.

“A grande novidade é o novo quadro político existente em Espanha e uma atitude por parte do Governo espanhol diferente daquela que aconteceu com o Governo do PP (Partido Popular). E essa atitude consubstancia-se na expectativa de que as centrais nucleares em Espanha serão encerradas à medida que atinjam o final do seu período de vida útil, aqui, Almaraz, será por volta de 2020”, disse.

Reconhecendo que o processo de desmantelamento de uma central nuclear é “complexo”, o deputado do BE espera que, no futuro, o Governo espanhol tenha uma “maior capacidade” de trocar informação com o Governo português sobre este processo.

A central de Almaraz, que fica situada junto ao rio Tejo, na província de Cáceres, a cerca de 100 quilómetros da fronteira com Portugal deverá encerrar em junho de 2020, prazo em que caduca a sua licença de funcionamento.

A concentração antinuclear contou também com a presença do dirigente da associação ambientalista Quercus Nuno Sequeira que, em declarações à Lusa, alertou que a central nuclear de Almaraz “é um dos maiores perigos” com que se depara a Península Ibérica e a Europa”.

Nuno Sequeira também considera que o Governo liderado por Pedro Sánchez é “mais sensível” do que o anterior para as questões ambientais, esperando, nesse sentido, que o Governo português “volte à carga” para pressionar o encerramento daquela central nuclear.

“Almaraz não é apenas um problema de Espanha, é também um problema de Portugal, está a 100 quilómetros da fronteira e é refrigerada pelo rio Tejo”, alertou.

Paca Blanco, uma das figuras “mais emblemáticas” do MIA, disse por sua vez à Lusa que a central tem que encerrar porque “já atingiu 40 anos de atividade”, tendo chegado assim o seu fim.

A ambientalista lamentou ainda que, ao longo dos últimos anos, os responsáveis pela central nuclear “têm ocultado” informações sobre os riscos do seu funcionamento.

No decorrer da ação os ambientalistas portugueses e espanhóis também empunharam vários cartazes com mensagens como “Nuclear? Não, obrigado!”, “Cerrar Almaraz”, ou “Não ao projeto nuclear!”.

At https://www.dn.pt/

Espanha volta a ignorar Portugal na exploração de urânio

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Espanha licenciou a exploração de uma mina de urânio em Retortillo, a cerca de 40 quilómetros da fronteira lusa, sem consultar o Estado português nem fazer o estudo de impacto ambiental transfronteiriço. Repete-se a história de Almaraz.

O empreendimento já está a ser rasgado na província de Salamanca pela empresa australiana Berkeley, a quem foi concedida a exploração da mina em 2014. Neste tipo de minas a extração é a céu aberto. A atividade está calendarizada para 2019.

A delegação dos deputados da Comissão de Ambiente da Assembleia da República, que visitou esta segunda-feira o local onde nascerá a mina, encontrou um estaleiro montado e trabalhos de desmatação e de terraplanagem no terreno atravessado por um afluente do rio Huebra, o rio Yeltes, que desagua no rio Douro. A contaminação do rio Yeltes e os efeitos na saúde da população local preocupam os deputados e os autarcas portugueses e espanhóis.

“Uma mina de urânio tem efeitos a longo prazo. Não é o mesmo que extrair cobre ou ferro. Portugal deixou de ter minas de urânio em 2001 e o passivo ambiental ainda se mantém, assim como os efeitos na saúde das pessoas. Tanto em Espanha como em Portugal, esta extração pode implicar a destruição da fonte de sustento das comunidades. Em Espanha, a preocupação centra-se na produção agrícola e pecuária extensiva e, no nosso país, pode colocar em causa o aproveitamento turístico do património ambiental do Douro”, sublinha Pedro Soares, presidente da Comissão de Ambiente, assinalando, também, o receio de que a extração de urânio prejudique a saúde da população com contaminação radiotiva por ar e pela água, caso as escorrências da mina cheguem ao rio Yeltes.

No entanto, tal como no processo de licenciamento do armazém para resíduos nucleares em Almaraz, o Estado espanhol voltou a ignorar as regras de Bruxelas e o Estado português. E esse incumprimento e a relutância em fornecer informação ao Governo luso são confirmados na informação enviada pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, aos deputados, a que o JN teve acesso.

O governante dá conta de que, quando as autoridades portuguesas receberam documentação sobre o projeto de extração de urânio em abril de 2016, Espanha já tinha emitido a declaração de impacto ambiental a 25 de setembro de 2013 e autorizado a concessão da exploração a 4 de junho de 2014. O Estado espanhol argumenta, tal como no processo de Almaraz, que consideraram não ser ” necessário realizar consultas transfronteiriças, atendendo à distância do projeto à fronteira com Portugal”. No entanto, o Governo português considera que o projeto poderá ter efeitos ambientais significativos em território nacional, “atendendo à direção dos ventos e ao facto do rio Yeltes (que divide a exploração mineira em duas zonas) ser um afluente do rio Huebra, que desagua no troço internacional do rio Douro”. Esse entendimento foi comunicado a Espanha a 30 de maio de 2016, com um pedido de envio de informação suplementar.

Quatro meses depois, as autoridades espanholas responderam para reiterar a convicção de que a extração de urânio não terá impactos transfronteiriços, negando a Portugal a oportunidade de pronunciar-se sobre o empreendimento, porque o processo de avaliação ambiental já estava concluído. O Ministério dos Negócios Estrangeiros indica, ainda, que só após “várias insistências por parte de Portugal”, é que o Ministério dos Assuntos Exteriores e Cooperação espanhol enviou documentação sobre o ponto de situação do projeto. O que falta decidir é a concessão da licença de utilização da unidade de processamento de urânio, que a australiana Berkeley pretende edificar junto à mina em Salamanca. A decisão está pendente no Conselho de Segurança Nuclear. Sem essa licença, a mina não entrará em funcionamento, garantiu a secretária de Estado dos Assuntos Europeus espanhola em setembro do ano passado.

Já no passado dia 8, “no quadro da visita do diretor-geral dos Assuntos Europeus a Madrid, o Governo espanhol comprometeu-se a facultar a informação adicional que Portugal solicitar e lembrou que “os procedimentos administrativos de licenciamento se encontram muito longe de uma conclusão que, pela sua complexidade jurídica e ambiental, não pode ser dada por adquirida”, pode ler-se ainda na informação, remetida pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros aos deputados lusos. Para Pedro Soares, o esclarecimento do ministro Augusto Santos Silva revela um Estado espanhol a fugir à troca de informação, deixando Portugal novamente confrontado com um facto consumado.

“O Governo está fora de tempo. Atrasou-se em Almaraz e atrasou-se agora. Estas atitudes minam a confiança entre dois estados. Mais uma vez, o Governo espanhol não respeita a legislação europeia. É a réplica do processo de Almaraz”, lamenta Pedro Soares. Os deputados não prescindem que seja feita a avaliação de impacto ambiental transfronteiriça e vão pedir mais esclarecimentos ao ministro do Ambiente, que será ouvido, esta quarta-feira, no Parlamento.

A informação, fornecida pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros aos deputados da comissão parlamentar do Ambiente, data as comunicações entre Espanha e Portugal em 2016. No entanto, o presidente do Município de Almeida, cuja fronteira dista cerca de 40 quilómetros da futura mina de Retortillo, garante que alertam as autoridades portuguesas (Agência Portuguesa do Ambiente e Direção Geral de Energia) e o Ministério do Ambiente para este empreendimento desde 2013. “Nunca obtivemos resposta até ao ano passado”, afiança António Machado.

O presidente da Câmara lembra que a mina de Retortillo não será a única, havendo projetos para extrair urânio noutra localizada a apenas quatro quilómetros do concelho de Almeida. “O Governo deve mandar elaborar um estudo dos reais impactos ambientais que a atividade de extração de urânio pode ter na bacia hidrográfica do rio Douro” e na saúde da população local. “Havendo impactos, o empreendimento terá de ser suspenso”, insiste o autarca, lamentando que, “mais uma vez”, os espanhóis não tenham cumprido a sua obrigação.

Em Espanha, está marcada uma manifestação pela plataforma Stop Urânio para sábado às 17 horas locais, em Salamanca.

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“Almaraz e outras coisas más” lançado a 7/Dez

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Almaraz e outras coisas más é um livro sobre a questão nuclear na Península Ibérica que tem sido motivo de discussão nos últimos anos. O lançamento teve lugar esta quinta-feira, na Fábrica Braço Prata, em Lisboa, cuja apresentação ficou a cargo de Nuno Nabais.

O autor é António Eloy, um dos coordenadores do Movimento Ibérico Antinuclear(MIA). Estão, no entanto, incluídos artigos de outros 32 colaboradores de vários setores da sociedade, tendo todos eles algo em comum: combatem a presença da energia nuclear; são contra essa poderosa indústria da produção de plutónio que move todo o mundo político, financeiro, industrial e militar.

Em comunicado enviado ao Notícias ao Minuto, António Eloy adiantou que “o livro aproveita um pouco a atualidade do tema (nuclear). O processo de Almaraz [central nuclear espanhola] que tem sido uma sombra negra para Portugal desde há 38 anos”.

A questão mais abordada será efetivamente a da central nuclear espanhola de Almaraz, localizada bastante próxima de Portugal (cerca de 100 quilómetros). Não obstante, o livro abordará todo o passado e presente sobre o tema da energia nuclear na Península Ibérica.

Em Portugal…

O livro também conta as histórias do nuclear em Portugal, entre várias ‘outras coisas más’, como a floresta [incêndios], as alterações climáticas, o desordenamento do território e as políticas públicas inconsistentes”, acrescentou Eloy no mesmo comunicado.

Na obra poderemos recuar até ao ano de 1974, a Ferrel, no concelho de Peniche. Na altura, a população local insurgiu-se contra um projeto para se proceder à instalação de uma central nuclear local. Além deste exemplo, é abordado também o dos despejos de resíduos radioativos no Oceano Atlântico, além das questões da mineração de urânio em Nisa e Urgeiriça.

António Loy conclui, afirmando esperar que o seu livro “seja um passo importante para uma maior consciencialização sobre a questão nuclear. Temos ganho muitas lutas contra este Armagedão que assombra a Península Ibérica”.

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