Projecto Luís Varatojo

O refrão repete que as classes dominantes têm horror aos colectivos, e fico com a sensação de que as classes dominantes têm horror a tudo o que esta canção diz e representa. Há 46 anos, em Abril, ganhámos a liberdade de poder falar publicamente de política, de poder discuti-la e, no entanto, “política” tornou-se uma palavra desagradável, é falta de etiqueta levantar esse tema na maioria das situações de convívio. O próprio vocabulário desta canção — “associações, sindicatos e partidos” — é amplamente considerado obsoleto e rejeitado por discursos “modernos”, é visto como datado e inconveniente. As próprias classes dominantes não querem ser chamadas por esse nome, ao fazê-lo teriam de aceitar uma visão social que considerasse classes e, assim, admitir a desigualdade classista. Hoje, o estudante e cidadão exemplar, que é evocado na canção, já interiorizou que as desigualdades são fruto das diferenças de mérito. A cartilha do mercado e dos “gostos” nas redes sociais afirma sem pudor que a pobreza nasce da falta de mérito para ser rico. Desde há 46 anos que, em Abril, regressa a memória daquilo que o sonho de liberdade é capaz. Precisamos muito de quem nos avive essa memória. Ainda bem que continua a haver quem não tenha medo de dizer certas palavras, de cantá-las.

José Luís Peixoto
(Escritor)

rio server – o rio que se vê sem se ver

Rio Sever. Talvez seja mais do que um rio.

Nasce na Serra de São Mamede a uma altitude aproximada de 1000m e faz a sua viagem de Sul para Norte, desaguando no rio Tejo depois de uma viagem de 63km. Percorre os concelhos de Marvão, Castelo de Vide e Nisa, todos pertencentes ao norte alentejano. Mas o seu ponto de maior destaque, na sua definição geográfica, é o facto de funcionar como fronteira entre Portugal-Espanha durante 40km. Uma fronteira silenciosa e convergente. 

Este rio separa dois países da mesma forma que aproxima duas culturas. Chamando como suas duas nações e concedendo-lhes o carinho de pai e mãe, ao mesmo tempo que colhe traços genéticos dos dois, transformando-o num rio com uma personalidade distinta.

Conheci, ou melhor, ouvi falar no rio Sever na minha viagem a Castelo de Vide. Ouvi falar dele com o carinho de uma figura omnipresente, quase como algo espiritual e presente em cada canto e cada história. No passado a fronteira não era pacífica e o rio funcionava como escudo no primeiro embate, no passado serviu como porta de entrada aos judeus sefarditas que fugiam da inquisição espanhola, no passado também, serviu como ponto de superação aos contrabandistas que viviam nas noites escuras da raia. Também foi fonte de alimento, directo, com o peixe a saltar das suas águas para a sopa de muita gente de trabalho, e indirecto, com a força das suas águas a mover os moinhos que abasteciam de farinha as padarias locais. Todos estes pontos são de uma força capaz de correr no sangue de cada castelovidense, mas talvez não sejam eles que fazem do rio um santo capaz de ombrear com santos. O rio Sever é uma fonte de vida. Ninguém me o disse, mas foi fácil de o sentir.

Castelo de Vide é um Alentejo diferente daquele que vem nos postais. É um Alentejo verde onde a terra não se sente dura, mas fértil. Tanto para a pastorícia, como para o cultivo. Do leito do rio correm inúmeras ribeiras, que ligam como a vida que sai do coração para as veias, como alimento para a vida que cresce diariamente nas terras de Castelo de Vide, talvez como em nenhuma outra no Alentejo.

Percorri ao som da natureza quase todas as estradas que preenchem e ligam o concelho de Castelo de Vide. Lugar de grandes espaços. Depois de todas as histórias que ouvi, senti o rio a cada passo, a cada flor, a cada árvore, a cada barulho da água da ribeira a bater na rocha, a cada animal que vive em terras do rio Sever. Senti-o como se falasse para mim numa língua de elfos que transforma um alfabeto em brindes da natureza. 

A muitos perguntei: “qual o melhor caminho para o rio?” 

“O rio é do mais lindo que existe, é para lá que me vou refugiar, mas com esse carro não chegas lá, as suas encostas são muito íngremes”. 

“O meu pai tinha moinhos do rio, já não existem. Vivi por lá histórias incriveis”.

“Ir ao rio, só a cavalo”.

“Sempre desejei ir ao rio, mas nunca fui, talvez os mais antigos conheçam o melhor caminho”

E muitas outras pequenas frases ouvi. O carinho é grande, mas é algo quase inacessível. O que não me afastou, apenas despertou, ainda mais a minha curiosidade. Quase como um mito, que sabemos que não é mito, mas que a dada altura precisamos de o ver, tocar e cheirar, para sabermos que é verdadeiro. Muitas vezes, sobretudo entre os mais velhos, senti o rio como um segredo que querem preservar. Com a sua fonte de vida, que guardam num santuário, cujo caminho está num mapa que poucos conhecem. 

Na intriga destas pequenas histórias, senti o rio cada vez mais próximo. Várias vezes tentei aproximar-me, mas nunca dei o passo final. Não sei porquê. Na verdade sempre soube que não precisava de um cavalo. Mas o último passo ficava para mim. Quase como a desejar que o mistério continue. 

Algures na Meada, sentado no campo, ouvi o rio. Ouvi mesmo. Percebi que não precisava de o ver, para o ver, percebem?

Talvez este rio seja mesmo muito mais do que um rio. É uma fonte de vida.

At https://www.omeuescritorioelafora.pt/

Artigo de opinião: “A pandemia do medo”

Margarida Abreu img_4495-2É assim que neste tempo de pseudociência global, das «fake-news» e da manipulação massiva da opinião pública pela comunicação social, se instalou a pandemia do medo, a maior pandemia de que há memória.

Estamos perante a maior pandemia existente desde os primórdios da humanidade: colocou os aviões em terra e fechou as pessoas em casa, parou o mundo!

Não, não estou a falar da pandemia de Covid-19, que, até agora, de forma confirmada, afetou pouco mais de 2,5 milhões de pessoas, dos 7 mil milhões que somos, e causou a morte de cerca de 170.000.

Estou a falar do medo, esse monstro tenebroso que foi alimentado até à exaustão pelo alarmismo e disseminação do terror, numa escala sem precedentes, pelas redes sociais e pela comunicação social, cuja estratégia não olha a meios para atingir os seus fins.

O exibicionismo, apanágio das redes sociais, a pseudociência indiscriminadamente veiculada, pelos inúmeros pseudo-especialistas de tudo, que existem nestas redes, contribuíram ativamente para a situação perniciosa em que todos nos encontramos hoje.

A mesma pseudociência que no campo da medicina, instiga as pessoas a não vacinarem as suas crianças, assistindo-se ao ressurgimento de surtos de doenças potencialmente fatais que há muito se encontravam controladas, a mesma pseudociência que aconselha a suspensão de medicamentos com eficácia testada e comprovada, para serem substituídos por sumos das mais variadas substâncias e dentes de alho. A mesma pseudociência que leva utentes a exigirem aos seus médicos exames estapafúrdios e sem nexo, medição de parâmetros em análises que nem existem ou irrelevantes e com custos elevadíssimos ( sim, para que é que servem 6 anos de curso de medicina e até mais 6 anos de especialidade se quaisquer 2 linhas que se leiam na internet nos tornam especialistas em tudo!)

Essa pseudociência, de que se vangloriam milhões de pessoas por esse mundo fora, que nunca abriram um livro ou dedicaram sequer uma hora de estudo àquilo que vêm veicular para as redes sociais, alimentou o maior monstro de que há conhecimento na história da humanidade: O MEDO.

Também a comunicação social, de forma criminosa e impune, manipulou a opinião pública, fornecendo sempre apenas uma parte da história, a que mais vendia, a que mais ganhava audiências, a mais terrível e aterradora. Metralhou a nossa casa com imagens de caixões atrás de caixões italianos, nunca explicando que tal acontecia em Itália porque todos os doentes com Covid19 eram referenciados para hospitais centrais, estando os regionais às moscas, e que não podiam ser transportados para os seus locais de origem, ficando as funerárias centrais com muito mais trabalho que o habitual, enquanto as regionais se encontravam desertas. Metralharam-nos com a gravidade da doença em 4 ou 5 países, nunca abordando as dezenas de países para quem a doença não tinha repercussões muito piores que a da gripe. Nem nunca, sequer, fizeram uma comparação séria entre os números de covid19 no nosso e noutros países e os números da gripe sazonal, quer em termos de número de indivíduos atingidos num pico de gripe, quer em número de mortos resultantes dos surtos de gripe. A mesma comunicação social que mostra as unidades de cuidados intensivos cheios de doentes no Porto, onde o surto está a ser mais grave, mas não mostra a quantidade de UCI que estão às moscas ou quase, noutras regiões do país.

Comunicação social essa, que em vez de entrevistar epidemiologistas, microbiologistas e infeciologistas, decidiu colocar nas luzes da ribalta matemáticos com modelos numéricos apocalípticos, que não têm sequer a noção de que as doenças infeciosas que se manifestam por surtos, apresentam um aumento rápido de casos, depois um planalto e por fim uma descida. Os casos não aumentam exponencialmente até ao infinito.

As frases foram sempre «já chegámos às X mortes e aos Y infetados» Nunca foram «ainda só temos estas mortes e estes infetados, quando num surto normal de gripe os números costumam ser tal e tal…».

E é assim, que neste tempo de pseudociência global, das «fake-news» e da manipulação massiva da opinião pública pela comunicação social, se instalou a pandemia do medo, a maior pandemia de que há memória.

Pandemia que atingiu 7 mil milhões de seres humanos, está a destruir, a uma velocidade alucinante, milhões de postos de trabalho, está a causar graves perturbações na saúde mental de milhões de pessoas, colocou de forma obrigatória, em habitação concomitante, agressores e vítimas, durante horas, dias, semanas, aumentando de forma dramática a violência sobre mulheres e crianças e está a alterar profundamente o normal funcionamento dos sistemas de saúde mundiais, levando a um aumento da mortalidade por muitas outras causas não Covid19.

Tudo porque alguns, ou se calhar muitos, querem ter audiências, querem ter visualizações e não olham a meios para atingirem os seus fins.

Quanto mais apocalíptica a notícia maior a audiência, quanto mais vezes repetida, maior a audiência.

Saiu-lhes o tiro pela culatra porque agora veem os seus postos de trabalho em risco, uma recessão económica provavelmente sem precedentes e da qual também vão fazer parte, o seu tempo de férias e lazer completamente ameaçado, os seus filhos em casa e uma disrupção completa da sociedade e da sua forma habitual de funcionar.

Agora pagamos todos a fatura do monstro que criámos e alimentámos, uma fatura elevadíssima, com um atingimento mais vasto do que o de uma Guerra Mundial, com a vida em suspenso, à espera…

A questão que se coloca é a seguinte: tendo as redes sociais entrado nas nossas vidas para ficar, sendo a comunicação social muitas vezes criminosa na forma como seleciona e fornece a informação, ficando muitas vezes impune e tendo como única e última intenção as audiências, quantas outras pandemias de medo se vão criar daqui para a frente, quantas mais vezes vamos assistir áquilo a que estamos a assistir agora?

Margarida Abreu

At https://observador.pt/

Conferência Digital “Crise Climática: A Outra Ameaça Global”

Dia da Terra

Assista em direto no facebook na Quarta-Feira dia 22 de Abril de 2020 pelas 21 horas, com Cesária Gomes, Filipe Duarte Santos, Francisco Veiga Simão, Luis Loures, Mariana Abrantes, Nelzair Vianna, Ricardo Campos e Ricardo Pinheiro.

At https://www.facebook.com/events/1524433474403349/

José Li Silveirinha, desde Macau, toca Zeca Afonso

Hoje, mais que nunca, os valores de Abril, da Liberdade, da Solidariedade, da Fraternidade são essenciais para fazer frente às tremendas tarefas que temos pela frente!
Nos tempos da negritude do fascismo, até chegar a hora da libertação, houve quem fosse alimentando a resistência e aumentando o ânimo, até que fosse possível dizer Não!
Um desses principais alimentadores da moral dos resistentes foi José Afonso, o Zeca, imortalizado para sempre pelas suas canções de intervenção!
Para os Homens de Abril, estejam onde estiverem, aos seus ideais junta-se sempre a estima por esses intérpretes insubmissos.
Eis a razão por que José Silveirinha, um português radicado há muito em Macau, ensinou ao filho, José Li Silveirinha, exímio pianista, as músicas do Zeca!
E um genuíno Capitão de Abril, também sediado há muito em Macau, o Manuel Geraldes, decidiu organizar uma pequena mas significativa homenagem ao 25 de Abril e ao Zeca, e oferecê-la aos portugueses, através da Associação 25 de Abril.
É esse pequeno concerto, realizado nas instalações do Clube Militar de Macau, que aqui vos deixamos.
Obrigado, Manuel Geraldes, obrigado José Silveirinha, obrigado Luciano Correia de Oliveira, obrigado José Cardoso, obrigado … José Li Silveirinha!
Recordemos e resistamos! Vamos vencer!
25 de Abril, Sempre … e em todo o lado!
Abraços de Abril,
A Direcção

Associação 25 de Abril

Leitores: Municípios e Pandemia

Jose Manuel BassoMédico a antigo presidente da Câmara de Nisa comenta a ação regional no combate ao Covid-19 “que é, genuinamente, a marca do poder local”.

A propósito da vasta informação que o Reconquista tem trazido a público, com destaque grande destaque (a meu ver, bem), sobre as intervenções dos vários municípios do distrito no combate à Covid-19, gostaria de tecer algumas considerações.

1. A primeira, naturalmente, para enaltecer as opções tomadas, com um papel de primeira linha na ação distrital, o que não é de estranhar numa região (a Beira Baixa) com evolução altamente positiva, antes do mais pelo desenvolvimento galvanizado, em muito, pelas câmaras municipais. Muitas vezes ultrapassando mesmo as suas competências, sendo esta a única maneira de responder à urgência com que esta batalha deve ser encarada quando o estado central entra em campo (quando entra) tarde e, muitas vezes, mal.

2. Desde a realização de milhares de testes e entrega de máscaras e outros EPIs, com particular relevo para o apoio às instituições que se ocupam de idosos (o elo mais fraco nesta «guerra») e aos serviços de saúde hospitalares, da entrega de bens alimentares a quem deles necessita até à atribuição de subsídios a bombeiros, passando pela criação de linhas telefónicas para apoio psicológico a quem vive momentos dramáticos indutores, há uma riqueza na diversidade das decisões que é, genuinamente, a marca do poder local.

3. Destacamos, por serem normalmente os parentes pobres da nossa estrutura autárquica, as referências que o jornal faz a juntas de freguesia que, em atelier improvisado, dinamizam a feitura de botas, toucas e máscaras ou asseguram a limpeza e desinfeção dos espaços públicos, chegando mesmo a ser autênticos agentes sanitários ao acolher forasteiros com o cuidado que a situação impõe mas ao mesmo tempo, em anfitriedade digna de louvor, disponibilizando-se para apoiar naquilo de que necessitam. A valorizar especialmente quando, não muito longe de nós, numa atitude inqualificável, a população de uma aldeia obrigou uma enfermeira a ir viver para outra terra. Ela que, com grande estoicismo, no hospital tira da morte muitos cidadãos. Que poderiam ser os seus vizinhos autores desta vergonha, com o receio de que ela lhes «pegasse» o que, para eles, é a «peste» dos nossos dias. Isto quando, a nível mundial, a humanidade precisa, no mínimo, de mais seis milhões destes profissionais de saúde…

4. Não queremos maçar os leitores com um escrito excessivamente longo no momento em que retomamos esta forma de ação cívica, utilizando a experiência de muitos anos (anos demais) como eleito municipal e a sensibilidade que resulta da intervenção comunitária enquanto médico. Mas, se o jornal vir nisso interesse, no próximo número continuaremos, para fazer sugestões com vista a aprofundamento da intervenção dos municípios ainda nesta fase de restrições e, especialmente, na fase de «desconfinamento». Onde as questões que se vão pôr exigem ainda mais dedicação, competência e criatividade dos eleitos locais. Com um maior entrosamento entre todos os municípios e freguesias, com permanente ligação às populações e total transparência das deliberações e decisões que tomam, sem sectarismos ou sede de protagonismos doentios e uma articulação com as forças vivas e órgãos desconcentrados do estado.

José Manuel Basso

Médico e antigo presidente da Câmara Municipal de Nisa

At https://www.reconquista.pt/

Mensagem: “Uma Páscoa Diferente”

Antonino Bispo de Portalegre e Castelo Branco D Antonino DiasEstamos a viver o Mistério Pascal de forma diferente, sem manifestações externas, sem fogaréus nem foguetes, com lágrimas e muito sofrimento, em isolamento social. Se menos ao gosto dos homens, que ela possa ser mais vivida ao jeito de Deus, e em família.

Jesus veio para que nós tivéssemos vida e vida em abundância (cf. Jo 10,10). Ao assumir a condição humana e morrer na cruz, Jesus restituiu ao homem a dignidade que perdera, libertou-o da escravidão do pecado e abriu-lhe as portas para uma vida nova. Assumiu e suportou as tragédias da humanidade, a cruz de todos os homens, de todos os tempos e lugares. Permanecendo longe ou indiferentes, pode acontecer que fiquemos confusos perante as tragédias humanas e perguntar: “Deus, onde estás?”. A experiência da fé, porém, diz-nos que Ele está perto, ressuscitou, está vivo, venceu a morte, estende-nos a mão e faz-nos um desafio: «Se alguém quiser vir após Mim, renegue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-Me» (Mt 16, 24). E siga-me, isto é, partilhe comigo o mesmo caminho, mesmo que o mundo não compreenda e ache ser uma derrota. E aponta o modo de o fazer: “Então Jesus, levantou-Se da mesa, tirou o manto, pegou numa toalha e atou-a à cintura. Deitou água numa bacia e começou a lavar os pés aos discípulos e a enxugá-los com a toalha que tinha à cintura (…) sentou-Se de novo e perguntou: «Compreendeis o que vos fiz? Vós chamais-me “o Mestre” e “o Senhor”, e dizeis bem, porque o sou. Ora, se Eu, o Senhor e o Mestre, vos lavei os pés, também vós vos deveis lavar os pés uns aos outros» (Jo 13, 13-14). Que o testemunho e a vitória de Cristo seja o nosso caminho, que Cristo Ressuscitado viva realmente dentro do coração de cada um e transforme a sua vida na Vida plena que Ele nos veio oferecer!

Se a todos, dentro dos condicionalismos atuais, desejamos uma Santa Páscoa, se pensamos naqueles que nestes tempos de pandemia sofrem a doença ou a perda dos seus familiares, pensamos sobretudo naqueles que, com humildade, coragem e determinação, colocam a toalha à cinta e lavam os pés às dores do mundo, que são muitas e diversas: profissionais de saúde e seus colaboradores, governantes que sentem a responsabilidade de decidir, agentes da proteção civil e da ordem pública, responsáveis, colaboradores, voluntários e clientes das estruturas sociais e das estruturas que garantem o funcionamento da sociedade em todas as áreas e serviços e prestam apoio às pessoas necessitadas. Ao mesmo tempo que lhes manifestamos a nossa gratidão pelo seu testemunho em espírito de serviço, rezamos para que todos gozem de saúde e encontrem na Cruz de Cristo a força e o conforto necessários nos momentos mais difíceis da sua vida e missão.

Feliz Páscoa!

Não deixemos morrer a esperança!

Ele está vivo e atento, não nos abandona!

Antonino Dias

Bispo de Portalegre-Castelo Branco