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José Li Silveirinha, desde Macau, toca Zeca Afonso

Hoje, mais que nunca, os valores de Abril, da Liberdade, da Solidariedade, da Fraternidade são essenciais para fazer frente às tremendas tarefas que temos pela frente!
Nos tempos da negritude do fascismo, até chegar a hora da libertação, houve quem fosse alimentando a resistência e aumentando o ânimo, até que fosse possível dizer Não!
Um desses principais alimentadores da moral dos resistentes foi José Afonso, o Zeca, imortalizado para sempre pelas suas canções de intervenção!
Para os Homens de Abril, estejam onde estiverem, aos seus ideais junta-se sempre a estima por esses intérpretes insubmissos.
Eis a razão por que José Silveirinha, um português radicado há muito em Macau, ensinou ao filho, José Li Silveirinha, exímio pianista, as músicas do Zeca!
E um genuíno Capitão de Abril, também sediado há muito em Macau, o Manuel Geraldes, decidiu organizar uma pequena mas significativa homenagem ao 25 de Abril e ao Zeca, e oferecê-la aos portugueses, através da Associação 25 de Abril.
É esse pequeno concerto, realizado nas instalações do Clube Militar de Macau, que aqui vos deixamos.
Obrigado, Manuel Geraldes, obrigado José Silveirinha, obrigado Luciano Correia de Oliveira, obrigado José Cardoso, obrigado … José Li Silveirinha!
Recordemos e resistamos! Vamos vencer!
25 de Abril, Sempre … e em todo o lado!
Abraços de Abril,
A Direcção

Associação 25 de Abril

Artigo de opinião: “Portuguese deserve a clearer vision for country’s future”

Pedro Caetano 52410543_10214223330319764_1321648856743542784_nThe possibility of a 0 per cent budget deficit in Portugal shines so “bright” that it looks like “hope” for Europe, such is the FT’s judgment on the “sound policies” of the present government in Lisbon (FT View, August 26). You should not be fooled twice. The FT once praised former prime minister José Sócrates in 2007, with his then minister of internal administration António Costa, for the low deficit, assuming “reforms” would be made. The reforms were eventually implemented after the 2011 bailout by the European troika.

Portuguese suffering was rewarded: economic indicators turned positive in 2015, vices seemed gone and reforms sustainable. Then came Mr Costa who, despite losing elections to the government which oversaw reforms, became prime minister by purging pro-reformists in his Socialist party. He brought to cabinet former colleagues of Mr Sócrates, who is facing charges of corruption but denies any wrongdoing, plus their spouses and children. Such clan politics undermined reforms, reverting to a business-as-usual environment, with troika reforms requiring qualifications and scrutiny in government appointments undermined. The unskilled posed as “industrial managers”. Incompetence shows; in 2017 the area burnt by forest fires was higher than that of the rest of Europe combined, and 114 people died.

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The public debt — €252bn in May 2019, still the EU’s third worst despite tiny improvements if measured in percentage of GDP — and fiscal burden are at all-time highs, with taxes rising (from €39bn in 2015 to €44bn in 2018) faster than meagre salaries. Slovakians, Estonians and Lithuanians have higher purchasing power than the Portuguese since 2018, according to Eurostat, while Portugal is dropping, approaching the EU’s lowest. Projected growth in 2019 gross domestic product is 1.7 per cent. In 2018 growth was half that of some Balkans and Baltic nations. Portugal is Eurostat’s second least appealing country to immigrants, worse than Poland or Romania. High emigration masks unemployment.

Other than riding on the fading improvements, ECB debt, housing and tourism temporarily diverted from north Africa, the government has neither the vision nor reforms to avoid decline. Yet, some are tricked by the possibility of a 0 per cent deficit, fuelled by a net negative 1.2 per cent of GDP in public investment in 2016 (still the EU’s worst) according to the IMF, jeopardising long-term financing, the safety of infrastructure and public health. We, the industrious Portuguese people, demand accountability for illusionist politicians squandering our country.

Pedro Caetano

At https://www.ft.com/ (Financial Times)

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Opinião: “Ser Emigrante Português”

Marta Sousa 68788375_2310396442341655_7817123985216241664_nDesde que sou emigrante conheci uma realidade que nunca me apercebi sequer que existia.. a baixa consideração e a quantidade de piadas que existem sobre os emigrantes.

Não vou analisar o porquê disso, porque honestamente não vale a pena. Vou assumir que é por falta de informação, por isso vou informar-vos.

Ser emigrante é largar uma vida que é tua desde que te lembras para abraçar o total desconhecido, é largar todos os teus amigos e familiares para abraçar pessoas com uma cultura totalmente diferente, é largar a língua que estudaste desde pequenino para abraçar uma língua que nem sabes conjugar os verbos, é largar a rotina que estás habituado para abraçar uma realidade que nem sabes se vai dar certo.

Um emigrante não larga Portugal porque quer. Um emigrante larga o seu país por necessidade, seja ela qual for. E se vocês soubessem o que se passa dentro de nós no dia que nos despedimos de Portugal. Por muito que sair seja o que queremos e seja uma decisão nossa, vocês não imaginam o nó na gargante e no estômago e o sentimento que sentimos no dia final da despedida.

Eu, no meu caso em particular, há quase 2 anos emigrei porque estudei anos a fio para ser licenciada na minha área de paixão – educadora de infância – e acreditem a faculdade em Portugal é das mais exigentes que existem! E no final, o mercado estava sobrelotado de pessoas que se querem reformar e não podem. E nós, os novos, o que fazemos? Acabamos por conseguir encontrar trabalhos que no máximo nos pagam uns 700€, que nem sempre são os que queríamos, mas mesmo assim o que é que um jovem faz com esse dinheiro??? Iniciar uma vida, sair da casa dos pais, explorar o mundo, investir em nós, tudo custa muito mais de 700€, ainda por cima se quisermos ser boas pessoas e ajudar a nossa familia que tanto trabalhou para nos dar tudo aquilo que temos e que já bem que merecem descanso!

Mas já conheci muitas realidades dos “porquês” dos emigrantes, e acreditem, alguns cortam-nos o coração.

Já conheci várias nacionalidades de emigrantes, e sabem qual é a que nunca esquece o seu país? Os PORTUGUESES! Em qualquer casa que entrem de um português emigrante encontram: a bela Sagres ou Superbock, a tipica Cerelac para as crianças, o famoso bacalhau de molho, os canais portugueses sintonizados para ver o telejornal, e sempre que há uma jantarada o prato é tipico português! Somos portugueses e não escondemos de ninguém, dizemo-lo com ORGULHO!

E sabem uma coisa? O povo português é o único que mesmo que os filhos nasçam no estrangeiro, fazem sempre tudo para que eles saibam que são portugueses! Qualquer criança filha de português, a primeira língua que aprende é o português e todos vos dizem que as férias são em Portugal com um sorriso gigante na cara. E se lhes perguntarem onde gostavam de ir, todas aquelas crianças vos respondem “PORTUGAL”, sabem porquê? Porque os pais emigrantes portugueses, não esquecem as suas origens e passam-nos aos seus filhos.

Ser emigrante não é fácil. O início custa.
Ser emigrante é ter saudades daí quando estamos cá e ter saudades de cá quando estamos aí.
Ser emigrante é ser emigrante aqui e aí.
Ser emigrante é ter dois lugares distintos que consideramos casa.
Ser emigrante é a tentativa de uma vida melhor, que o nosso país infelizmente não nos pôde dar.

Ser emigrante é ser português, por isso não critiquem quem teve a coragem de sair do seu país e se quiserem venham também. Sim, porque acreditem, emigrante é ter empatia, por isso no dia que quiserem vir, o emigrante português estará cá para vos receber de braços abertos e ajudar, porque sabe o quanto custa ser emigrante.

Todos somos portugueses, seja aqui ou aí, por isso não distingam o emigrante e o português.

Marta Sousa

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