Arquivo de etiquetas: Cultura

Encontro com o vinho e sabores 2016, em Lisboa

encontro-com-o-vinho

Vem aí mais uma edição do Encontro com o Vinho e Sabores de 2016, a celebrar-se de 11 a 14 de Novembro. O local vai ser novamente o Centro de Congressos de Lisboa, na Junqueira, e a organização, a cargo da Revista de Vinhos, promete novidades de monta.

Desde logo, a área dos Sabores vai ser ampliada e diversificada, com mais escolha de iguarias para comer. Por outro lado, a área de produtos gourmet vai ser também muito maior, com muitas variedades de produtos à venda. Será, pois uma excelente oportunidade para fazer algumas das suas compras de Natal.

Na área dos vinhos, destaque para um conjunto de provas especiais verdadeiramente notável. Senão veja: uma prova de vinhos do Porto da Graham ’s – colheitas e Vintage – de grandes anos. Ou a prova de Pera Manca e Scala Coeli, da Fundação Eugénio de Almeida. Ou ainda a prova de vinhos espanhóis da marca Veja Sicília. Ou ainda os vinhos do Douro da carreira de Jorge Moreira, agora com 20 anos de enologia. E que tal uma vertical de Quinta de Bacalhôa? Ou a prova dos vinhas da Casa de Santar? Note que haverá ainda mais provas: João Paulo Martins vai escolher 12 brancos excepcionais; Luis Antunes orienta-se para grandes tintos de Touriga Nacional; a Garrafeira Tio Pepe vai organizar a sua própria prova, comemorando os 30 anos de vida. E não perca ainda uma viagem aos vinhos da Madeira da casa Henriques & Henriques, que certamente vão impressionar os presentes. Os motivos são muitos e excelentes, já se vê, para ir até à Junqueira.

Tal como tem acontecido desde há mais de uma década, este certame é o maior e mais importante de Portugal no que toca a vinhos. A componente gastronómica vai ter este ano uma grande vivacidade, pelo que os palatos lusos vão ter quatro dias em cheio.

O programa (quase) completo das Provas Especiais já pode ser consultado neste site.

At http://www.revistadevinhos.pt/

Grande rota das aldeias históricas de Portugal

O filme “GR22 – Grande Rota das Aldeias Históricas de Portugal”, produzido para as Aldeias Históricas de Portugal, venceu o segundo prémio na categoria de turismo rural no Art&Tur – Festival Internacional de Cinema de Turismo.

O filme produzido pela “Um Segundo Filmes” tem direção de Humberto Rocha e foi rodado nas várias aldeias históricas, entre as quais Monsanto, Idanha-a-Velha, Castelo Novo e Belmonte, todas elas localizadas no distrito de Castelo Branco.

As imagens mostram a paisagem e praticantes de caminhada e BTT.

O Festival Internacional de Cinema de Turismo teve a concurso 301 filmes de 52 países e a entrega de prémios aconteceu no dia 21 em Vila Nova de Gaia.

At http://www.aldeiashistoricasdeportugal.com/ e http://www.reconquista.pt/

Olaria alentejana pode vir a ser Património da Humanidade

A olaria tradicional poderá vir a ser classificada como Património da Humanidade. O processo está a dar os primeiros passos mas já envolve vários municípios portugueses.

∴       ∴       ∴

Mais um projeto importante para o futuro do concelho de Viana do Alentejo!….

Estamos a trabalhar para que a referida AptCC – Associação Portuguesa das Cidades e Vilas Cerâmicas, seja criada até final do ano. Depois disso, já podemos integrar o Agrupamento Europeu de Cooperação Territorial das Cidades Cerâmicas, do qual já fazem parte a Itália, a Espanha, a França e a Polónia.

At https://www.facebook.com/ / Bengalinha Pinto

Guia “Alto Alentejo: Ainda Somos um Segredo”

anta-s-gens-7960003

O Guia de Destino “Alto Alentejo: Ainda Somos um Segredo” vai ser apresentado segunda-feira, 14 de Novembro, em Monforte, numa parceria dos municípios associados à Comunidade Intermunicipal do Alto Alentejo e da editora Foge Comigo.

São 522 páginas, 1150 fotografias, 80 imagens, 6 ilustrações e cerca de 100 mapas e infografias de localização do território. Revela-se um Alentejo diferente onde, na serenidade da planície, se eleva a Serra de São Mamede. Uma região para quem gosta de caminhar na natureza, pedalar em estradas quase desertas, subir ao céu num balão de ar quente, andas a cavalo ou, apenas, parar e descansar o olhar na paisagem, e esperar que o sol se esconda para lá do horizonte.

Não faltam castelos para conquistar, vestígios arqueológicos para descobrir ou testemunhos de outras culturas para reencontrar. Não faltam restaurantes onde é difícil a escolha entre muitas especialidades regionais, nem unidades de alojamento que ora nos permitem dormir no sossego da natureza, em distintos edifícios históricos ou ao abrigo de arrojadas linhas arquitectónicas. E, por toda a parte, um segredo que se revela: a simpatia das gentes.

At http://www.linhas.pt/

Opinião: Eleições nos EUA

eua-fb_img_1478684794330

Vivemos num mundo que, infelizmente, nos aponta únicas opções: opções que agradam a mercados, investidores, pessoas imateriais para o público mas que permanecem de armas apontadas e tentam que a “única opção” seja a sua opção.

O Brexit e as eleições americanas mostraram que os eleitores estão dispostos a usar como armas de arremesso aquele que é o seu único direito e dever naquilo que podem definir como o rumo do país. E, concordando ou discordando de Trump, preferem a mudança para alguma coisa do que a manutenção do sistema vigente. Saudosos e inquietos, talvez, os americanos esperem que Trump traga a mudança: de alguma coisa. Provavelmente, será para pior.

Mas Hillary representa o sistema, o sistema com que os americanos estão desiludidos. Independentemente da seriedade do seu carácter, Hillary incorpora os vícios atestados às classes políticas.

Trump saiu vitorioso quando soube reconhecer aquilo de que as pessoas estavam cansadas: do Wall Street, dos bancos, da América que tudo recebe, do país de emigrantes. Vitorioso na prática, digo. O retrocesso civilizacional aparenta ser enorme.  É assim que um homem aparece, com um discurso insano e odioso, e inspira 50% de americanos nas urnas.

At https://pt-pt.facebook.com/ / Helena Dias

XX Festival Internacional de Balões de Ar Quente

baloes-ng7822910
Podes voar gratuitamente num balão de ar quente no Alentejo.

A indumentária deve ser prática e confortável e o calçado desportivo — nada de saltos altos. Não existem vertigens num voo livre de balão. Qualquer pessoa (salvo raras excepções) pode voar. Estamos prontos para participar na 20.ª edição do Festival Internacional Balões de Ar Quente de regresso ao Alentejo (Alter do Chão, Elvas Fronteira, Monforte e Ponte de Sor), que reunirá participantes oriundos de diversos países europeus entre os dias 6 e 12 de Novembro — os voos gratuitos em balão de ar quente abertos a passageiros decorrerão de 7 a 12 de Novembro.

baloes-ng7822914

Nesta edição, o evento contará com a participação de 35 equipas de vários países (Portugal, Espanha, França, Holanda, Bélgica, Inglaterra e Luxemburgo). Todos os pilotos presentes no festival são “profissionais com créditos firmados no balonismo”, pelo que a Publibalão, fundada em 1994 e a primeira empresa a operar na área do balonismo em Portugal, e o Alentejo sem Fronteiras – Clube de Balonismo fundado em 2012, sendo a primeira escola do país para pilotos de balões de ar quente, sediada em Fronteira, garantem que é “totalmente seguro voar com qualquer uma das equipas”, lê-se em comunicado.

At http://p3.publico.pt/

Opinião: “A síndrome da superioridade ilusória. Os profissionais de palco.”

sindrome-espelho

Desde tempos remotos personalidades como Sócrates, Darwin, Russell, Santo Agostinho e até  Thomas Jefferson, entre outros, tem alertado a humanidade sobre a ignorância e as suas características.

“Só sei que nada sei” de Sócrates (o filosofo grego). À medida que vamos acumulando experiência sobre um assunto, vamos percebendo o quanto ainda temos para aprender sobre ele.

“Charles Darwin disse que “a ignorância gera mais frequentemente confiança do que o conhecimento”. Isto é, quanto menos sabemos de um determinado assunto maior a tendência para pensarmos que sabemos tudo.

No século XX, o filósofo inglês Bertrand Russell escreveu: “O problema com o mundo é que os estúpidos são excessivamente confiantes, e os inteligentes são cheios de dúvidas”

É um pouco o reverso da medalha do que disse Santo Agostinho com “o reconhecimento da própria ignorância é a primeira prova de inteligência”

“He who knows most, knows best how little he knows” – Thomas Jefferson

René Descartes “Daria tudo que sei por metade do que ignoro”

Dunning e Kruger dois psicólogos da Universidade de Cornell estudaram este fenómeno e realizaram experiências até enunciar a sua hipótese conhecida como o efeito Dunning-Kruger. Para eles este fenómeno é um distúrbio cognitivo pelo qual indivíduos que possuem pouco conhecimento sobre um assunto acreditam saber mais que outros mais bem preparados, porém esta própria incompetência os restringe da habilidade de reconhecer os próprios erros. Estas pessoas sofrem de superioridade ilusória.

Numa sociedade onde a forma se valoriza mais do que o conteúdo a gente pode terminar contratando ou seguindo os conselhos de um suposto especialista “incompetente” que aparenta saber muito, tomando decisões erradas e chegando a resultados catastróficos.

Os portadores dessa síndrome receberam de Dunning o carinhoso apelido de “idiotas confiantes”. “Os incompetentes são frequentemente abençoados com uma confiança inadequada, afiançada por alguma coisa que, para eles, parece conhecimento.”

Este tipo de pessoas falham em:

  • reconhecer sua própria falta de habilidade e as suas limitações;
  • reconhecer as habilidades genuínas em outras pessoas, pessoas que não escutam;
  • reconhecer a extensão de sua própria incompetência;
  • reconhecer e admitir sua própria falta de habilidade, depois que forem treinados para aquela habilidade.

Os verdadeiros especialistas raramente se referem a eles como tal e são substancialmente mais modestos do que aqueles que assim se intitulam.

Os verdadeiros especialistas sabem que ainda têm um longo caminho a percorrer até o serem, se é que algum dia o serão. Sabem que haverá sempre quem seja melhor e pior do que todos nós em todas as atividades e que, por isso, devemos evitar os rótulos.

Todos nós reconhecemos ou vivenciamos uma situação semelhante. Afinal, quem nunca se deparou com alguém, totalmente ignorante em alguma área do conhecimento, que nunca leu nada sobre o assunto, agir como um sábio e tentar refutar ou debater ideias bem estabelecidas, conhecidas e elaboradas por estudiosos e talentosos especialistas? 

Isso em educação é um clássico, muitos profissionais muito reconhecidos são péssimos professores, acontece que o facto de conhecer os conteúdos da sua área de estudo não faz deles especialistas em educação e muito menos bons professores.

Vivemos na sociedade do conhecimento e no império da complexidade onde o todo de qualquer cenário de atuação é muito mais do que o somatório das partes, e o conhecimento é considerado como algo transitório. Por esse motivo, esta sociedade tem como característica fundamental a reflexão, que é considerada como uma porta aberta a mudança e ao reconhecimento de que o que ontem dávamos por sabido amanha pode ser  considerado um completo erro.

Ou o que é bom e certo num contexto pode ser um completo desastre em outro contexto, algo que os ignorantes de plantão nem sequer reconhecem já que não desenvolveram a sua capacidade de reflexão.

Uma sociedade onde o diálogo, a capacidade de escutar e de duvidar são os métodos por excelência para crescer e aprender a aprender; quando nos abrimos a escutar e a refletir é como se pedíssemos emprestada a mente dos outros cheia de conhecimentos e experiências para nos enriquecer.

Lamentavelmente nesta sociedade nos deixamos guiar pela aparência. E as aparências enganam.

Tanta é a quantidade de conhecimento que circula na sociedade atual que ao invés de reconhecer as nossas limitações e nos associarmos com outras pessoas que sabem o que não sabemos para completar-nos terminamos perdendo a capacidade de reconhecer os nossos limites.

Lamentavelmente possuir um titulo, seja de uma universidade nacional ou estrangeira reconhecida não configura nenhuma garantia de conhecimento, e o que é pior encontramos muita gente ocupando cargos de altíssimo nível que não entendem do que falam e que ficam possuídos com gente que pensa diferente, os ignorando e até combatendo.

Existem hoje muitos profissionais de palco como diz Felipe Machado, que são bons para apresentações, emocionam e cativam o público, mas que em muitos casos não teriam conteúdo a agregar além de frases de efeito e ideias vazias.

Uma coisa é certa somos todos aprendizes e mestres, ao mesmo tempo, quando nos topamos com profissionais cheios de si que se apresentam como génios é um bom momento para começar a duvidar já que ninguém, ninguém sabe tudo.

Uma das qualidades mais importantes de um profissional hoje é aprender a aprender e isso só se consegue com humildade, aprendendo a escutar.

Daniel Luzzi

At https://www.linkedin.com/