Dia Mundial da Poesia a 21 (poema de Hélder Telo)

Helder TeloNã venham pó Alentejo

 

Tô escrevendo aqui no monti

Um poema pós de fora

Viver aqui na presta

Vã-se mas é daqui embora.

 

As notis aqui sã frias

Nã aguentas nem que te mates

3 mantas Nã te chegam

Até arreganha a pele dos tomates.

 

Os dias aqui sã tã quentes

As vezes até falta o ari

50 graus n’ amarleja

Nem na rua podemos andari.

 

Na temos aventoinhas

Com o calor nã se pode.

Os velhos usam samarra

E as velhas têm bigode

 

Querem vir pá cá morari

Nem sabem a bicheza que há aqui

Gato bravo e Saca-rabos

Raposas e javali.

 

As 5 da manhã tamos-se álevantar

Pa monde ir ver do gado

Nem imaginam o que é Andar

com um pé todo cagado.

 

Na temos carro de praça

Nem sequer internet

Uns andam aqui a pé

Os outros na biciclete.

 

Nã temos praia perto,

e só se bebe aqui bagaço

Os sapos aqui sã tã grandes

Espetam com cada cagaço…

 

As casas nã têm luz

E lume é no chão

O gerador só faz barulho

Pá gente ver a tlevisão

 

Já dizia a outra porca

É nos montis ca gente móra.

Como já viram, isto na presta

Vã-se mas é daqui embora.

 

Se antes era deserto

Agora continua a ser

Nem os queremos aqui tã perto

Nem os queremos aqui a viver.

 

Podem vir visitar

Mas venham noutra altura

Deixem se aí ficar

Enquanto está merda dura.

 

De Um Alentejano que quer ajudar.

 

Autor: Helder Telo

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