Opinião: “Afinal, o matadouro mata pouco ou, em rigor, não mata.”

Hospital Portalegre

Hugo 16387866_1552036378145399_3976474074437129947_nDesde que me lembro de ser gente que ouço dizer que o hospital de Portalegre é do pior. A urgência, então, de fugir. Quem lá cai, das duas uma: ou vai, ou fica. Ou vai desta para melhor, ou fica horas, e horas à espera. Chateia. Incompetência metida no máximo. Ninguém aguenta.
Hoje, no advento da tecnologia, a crítica cai nas redes sociais, com meia duzia de erros ortográficos e, pelo menos, sete fotografias. A malta tende a concordar, de igual modo.
8 de Abril de 2018, final da tarde. Um autocarro com 48 finalistas do secundario, um motorista e um guia despista-se nas curvas debruçadas sobre o fratel. O pesado adorna. 50 feridos. 6 da tarde e a noite a cair.
A operação de socorro é desencadeada de forma irrepreensível. 100 operacionais, 40 viaturas, 1 helicóptero. Inem no local, triagem.
16 feridos seguem para portalegre. O hospital ativa o plano de contingência. Sem ser necessário médicos e enfermeiros apresentam-se, anunciam-se disponiveis. Durante a noite, horas após o acidente todos os 15 jovens feridos tinham sido assistidos, avaliados e tinham tido alta. Apenas o motorista permaneceu ingressado umas horas mais. Todos tiveram competente apoio psicológico.
O tal “matadouro” respondeu quando fez falta, como fez falta de forma capaz e competente. Foi inteiro. Bom.
A malta do ataque de caspa amanhã voltará à carga com a fúria das fotos de pulseiras verdes e tempos de espera porque… aqui, na parvónia seremos sempre piores que os outros.
Triste, muito triste. Morreu um menino de 18 anos. Paz à sua alma.

PS. Fazer política em cima da desgraça nem sempre resulta.

Hugo Alcântara

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